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Ex-ministro Geddel Vieira é alvo de pedido de prisão preventiva do MPF

Novo pedido de prisão foi feito após malas com R$ 51 milhões, que seriam do ex-ministro, serem apreendidas em apartamento na capital baiana

atualizado

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GEddel
1 de 1 GEddel - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira (7/9) mandado de prisão preventiva contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal (MPF), após malas recheadas com R$ 51 milhões, que seriam de sua propriedade, terem sido encontradas em um apartamento de um amigo dele em Salvador (BA). A detenção ocorreu na capital baiana, por volta das 7h.

Por volta das 13h20, o ex-ministro decolou do Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, em um jatinho, com destino a Brasília, aonde chegou por volta das 16h. Na capital federal, ele ficará, primeiramente, na Superintendência da PF. Após depoimento, irá para o IML e de lá para para o Complexo Penitenciário da Papuda.

As ações foram autorizadas pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara em Brasília.

Geddel está em regime de prisão domiciliar. Ele é investigado por supostamente embaraçar as investigações da Cui Bono?. O ex-ministro mora em um apartamento a cerca de um quilômetro do local onde a PF pegou os R$ 51 milhões.

Segundo a PF e o MPF, a prisão de Geddel faz parte de uma nova fase da Cui Bono?. Também foi expedido mandado de prisão contra Gustavo Ferraz, diretor exonerado da Defesa Civil de Salvador e ligado ao ex-ministro, e outros três de busca e apreensão, sendo um deles na casa da mãe de Geddel.

Ao pedir a procura, a PF alegou que “há grande probabilidade” de que nos endereços existam documentos que comprovem a prática de crime e “inclusive, mais dinheiro de origem ilícita”. O objetivo das prisões é evitar a destruição de provas. Geddel e Ferraz estão sendo trazidos para Brasília.

Ao deferir o pedido, o juiz da 10ª Vara apontou que o recolhimento domiciliar era “completamente ineficaz” no momento. “Não garante a eficiência da medida, como se pode notar pela dinheirama encontrada (sem documentação e sem comprovação de origem) perto da residência em que se encontra cumprindo a prisão domiciliar decretada”, apontou o juiz no despacho.

Para o magistrado, diante dessas circunstâncias, “tudo evidencia que não está executando fielmente a medida alternativa à prisão (efetiva), pois foram encontradas fragmentos de impressões digitais no material apreendido, tanto de Geddel quanto de Gustavo Pedreira Ferraz”.

Já a PF e procuradores apontam a ligação do imóvel onde foram encontradas as malas de dinheiro com o irmão de Geddel, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Durante a operação que descobriu o “bunker”, na terça-feira (5), a polícia encontrou fatura em nome de Marinalva Teixeira de Jesus, apontada pelos procuradores como empregada doméstica do parlamentar.

Além disso, o proprietário do apartamento, Silvio Antônio Cabral da Silveira, confirmou que emprestou o imóvel ao deputado federal.

Exoneração
A Prefeitura de Salvador informou que o Superintendente de Defesa Civil do município, Gustavo Ferraz, foi exonerado do cargo, em decorrência da prisão preventiva contra ele. Em nota, o órgão informou que “não compactua com nenhum ato ilícito e que qualquer servidor municipal envolvido em questões dessa natureza terá que responder na Justiça”.

Digitais em “bunker”
A PF achou impressões digitais do ex-ministro e de Gustavo Ferraz no apartamento onde foi encontrado o dinheiro. A fortuna atribuída a Geddel foi a maior apreensão em dinheiro vivo da história no país. O dinheiro foi encontrado na terça (5) durante buscas ordenadas pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, no âmbito da Operação Cui Bono, investigação sobre desvios milionários na Caixa – instituição da qual Geddel foi vice-presidente no governo Dilma.

A PF levou cerca de 12 horas para fazer a contagem da dinheirama. Uma empresa transportadora de valores cedeu oito máquinas e onze funcionários para a conferência. Nesta quarta, 6, o delegado Daniel Justo Madruga, superintendente regional da PF na Bahia, disse que os agentes ficaram ‘surpresos’ com tanto dinheiro no apartamento da Graça.

O imóvel foi cedido a Geddel pelo empresário Silvio Silveira. Intimado pela PF, Silveira declarou que ‘não sabia’ que o imóvel era usado para ocultar a fortuna. Ele contou que o ex-ministro pediu o apartamento ’emprestado’ para guardar bens do pai (falecido em janeiro de 2016).

Divulgação/PF

 

A intenção das investigações é avançar na apuração sobre os desvios de recursos em vice-presidências da Caixa Econômica Federal entre 2011 e 2013.

Os investigadores suspeitam que o dinheiro encontrado no “bunker” de Geddel esteja relacionado à propina recebida pelo peemedebista para liberar financiamentos e empréstimos da Caixa a grandes empresas. (Com informações da Agência Estado)

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