Ex-ministro da Defesa: “É hora de reagir, antes que seja tarde”
Raul Jungmann, que foi ministro da Defesa na gestão Michel Temer, foi ao Twitter lamentar a decisão de não punir o general Eduardo Pazuello
atualizado
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Ex-ministro da Defesa entre maio de 2016 e fevereiro de 2018, na gestão do então presidente Michel Temer (MDB), Raul Jungmann publicou no Twitter, na noite desta quinta-feira (3/6), um alerta sobre a decisão do Exército de não punir o general Eduardo Pazuello pela participação em ato político com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro, em 23 de maio.
Para o ex-deputado federal, o arquivamento do procedimento disciplinar contra Pazuello foi uma “capitulação” do comandante do Exército, general Paulo Sérgio, e “não honra” os ex-comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, “que não se dobraram ao presidente”.
A capitulação de hoje não honra os ex-Cmtes.da Marinha,Exército e da Aeronáutica,e do ex-Ministro da Defesa, que não se dobraram ao Presidente e caíram por respeito a Constituição e a Democracia,com quem as FFAAs permanecem. Mas,é hora de reagir e de unidade.Antes que seja tarde.
— Raul Jungmann (@Raul_Jungmann) June 3, 2021
Jungmann faz referência à queda dos três oficiais, em 30 de março. A demissão dos então comandantes do Exército, general Edson Pujol; da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior; e da Aeronáutica, brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez, ocorreu logo após Bolsonaro demitir o então ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, depois de intensa pressão para que ele desse sinais de apoio político explícito ao presidente.
Para Jungmann, os militares que comandavam as três Forças na época caíram por “respeito à Constituição e à democracia”, e a medida de hoje de deixar Pazuello impune vai de encontro à postura dos oficiais. O ex-ministro de Temer conclui com tom de conclamação:
“Mas é hora de reagir. Antes que seja tarde”.
Embora ele não cite explicitamente na mensagem, a preocupação de Jungmann é com a submissão completa das Forças Armadas a Bolsonaro, com avanço da politização nos quartéis.