metropoles.com

Ex-governador de Goiás é alvo de operação policial contra corrupção

Polícia Civil cumpriu mandados em endereços de José Eliton (PSDB) e de outras pessoas; investigação apura desvios em agência de obras

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Instagram
Ex-governador de Goiás José Eliton (PSDB)
1 de 1 Ex-governador de Goiás José Eliton (PSDB) - Foto: Reprodução/Instagram

Goiânia – O ex-governador de Goiás José Eliton (PSDB) está entre os alvos, nesta terça-feira (15/6), da Operação Terra Fraca, da Polícia Civil. São investigados desvios de recursos e irregularidades na Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra), antiga Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop). Estima-se que o prejuízo aos cofres públicos seja de R$ 46 milhões.

Em um dos endereços visitados pelas equipes policiais (não foi divulgado em qual deles), os agentes encontraram R$ 135 mil em espécie escondidos dentro de um envelope escondido atrás de uma planta. Em outro envelope, havia mais 3.800 dólares. Os policiais civis também apreenderam computadores, HDs e documentos no local e em outros endereços.

Veja o vídeo:

 

Foram cumpridos 12 mandados de buscas. São investigadas 7 pessoas físicas e 7 pessoas jurídicas. Os mandados foram cumpridos contra 10 alvos em Goiás e 2 no Tocantins (Palmas).

Além do ex-governador, atual presidente estadual tucano, a operação também teria mirado o ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón, que era figura próxima do núcleo do governo passado. Zé Eliton foi eleito vice-governador em 2014 na chapa encabeçada por Marconi Perillo (PSDB). Essa não é a primeira vez que Eliton é alvo de ações policiais.

Nesta terça, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa, no condomínio de alto luxo Aldeia do Valle, e no escritório do ex-governador, no Setor Marista, região nobre da cidade. A polícia apreendeu equipamentos eletrônicos e copiou arquivos em computadores.

9 imagens
Agentes durante a operação
Agente da Polícia Civil de Goiás analisando dados
Policial civil verificando dados em equipamentos eletrônicos
Policiais civis conversando sobre detalhes da operação
Obra da GO-230 foi retomada recentemente
1 de 9

Policiais se preparando para Operação Terra Fraca, deflagrada nesta terça (15/6) em Goiás

Divulgação/PCGO
2 de 9

Agentes durante a operação

Divulgação/PCGO
3 de 9

Agente da Polícia Civil de Goiás analisando dados

Divulgação/PCGO
4 de 9

Policial civil verificando dados em equipamentos eletrônicos

Divulgação/PCGO
5 de 9

Policiais civis conversando sobre detalhes da operação

Divulgação/PCGO
6 de 9

Obra da GO-230 foi retomada recentemente

Ascom/Goinfra
7 de 9

Trabalhos tiveram que ser praticamente refeitos

Ascom/Goinfra
8 de 9

Trecho liga duas cidades na região do Entorno do DF

Ascom/Goinfra
9 de 9

Ex-governador de Goiás José Eliton (PSDB)

Reprodução/Instagram
“Absurdo”

O advogado Tito de Souza Amaral, que representa José Eliton, vê com indignação a ação. “É um absurdo! Não se trata de uma operação policial e sim de uma operação política. A intenção foi tão somente constranger o ex-governador. As investigações estão correndo há um ano e ele nunca foi chamado para ser ouvido. Estamos completamente à disposição”, disse.

De acordo com o Tito Amaral, apesar de ser governador à época dos fatos apurados, José Eliton não tinha ingerência direta sobre a Agetop (atual Goinfra). “Será que a polícia agora vai usar essa lógica como referência? Quer dizer, então que se ocorrer uma investigação em uma determinada empresa pública, o governador também será alvo?”, questionou o advogado.

Desvios

O caso em questão investigado pela Operação Terra Fraca tem a ver com o possível superfaturamento de preço nas obras da rodovia GO-230, que liga Água Fria a Mimoso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, entre 2013 e 2018. A obra não foi finalizada e teve os trabalhos retomados neste ano pela Goinfra.

A polícia apura ainda o envolvimento de empresas privadas, servidores da Agetop e também do núcleo político e financeiro que gerenciava os contratos do órgão público, garantindo tanto os pagamentos, quanto a operacionalização de lavagem de dinheiro. Empresas privadas e pessoas físicas são investigadas por peculato, organização criminosa, superfaturamento de obra e lavagem de dinheiro.

Além do superfaturamento da obra, com a cobrança excessiva em cima dele, também foi identificada a descaracterização do objeto – de modo que, na licitação da obra, o pedido era um, mas na execução, era feito algo distinto.

Núcleos

O que foi descoberto até agora é que havia um núcleo político e um financeiro que sustentavam a ação do grupo. Os núcleos gerenciavam os contratos da empresa, fornecendo pagamentos e a operacionalização de lavagem de dinheiro. Conforme a apuração, o núcleo político desviava o dinheiro público e o financeiro movimentava os recursos, tentando dar ares de legalidade ao desvio.

De acordo com o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, a investigação aponta a existência de um grupo criminoso bem organizado e que “se aproveitou de postos que ocupavam para se enriquecer ilegalmente”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?