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Ex-funcionários de Carlos Bolsonaro teriam combinado depoimentos

No caso das rachadinhas, Família Góes passou três horas na Câmara Municipal na véspera da data programada para o depoimento

atualizado

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Uma investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) encontrou indícios de que quatro ex-funcionários do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) combinaram como seriam suas declarações nas vésperas dos depoimentos, no fim de 2019.

De acordo com o jornal O Globo, os promotores também encontraram contradições nas informações dadas pelos ex-funcionários quando foram chamados para explicar quais atividades desempenharam para o vereador no período de quase 20 anos.

Inicialmente, Rafael Carvalho Góes negou ter trabalhado no gabinete, apesar de ter constado como funcionário entre janeiro de 2001 e junho de 2008. Ao MP, Rafael disse que realizava “trabalho externo”, distribuindo folhetos informativos com “todas as propostas legislativas do vereador e os serviços já prestados, além da história do próprio vereador”.

Em um ofício enviado ao MP-RJ, o gabinete de Carlos Bolsonaro afirmou que não produz esses folhetos, mas somente distribui material produzido pelo então deputado Jair Bolsonaro. A defesa do vereador disse que “o procedimento está sob sigilo decretado pelo Juízo” e, portanto, não iria “comentar ou passar qualquer informação”.

Já em relação a Rodrigo de Carvalho Góes, os promotores ressaltaram que, em um determinado momento, ele constava como funcionário em duas farmácias, uma delas em Itaguaí, na Baixada Fluminense, enquanto constava como funcionário no gabinete.

O fato seria mais um indício de que Rodrigo tenha sido funcionário fantasma na Câmara Municipal, uma vez que, segundo o MP, não havia “disponibilidade de horário” para que ele cumprisse todas essas funções.

Adiamento

Os depoimentos dos ex-funcionários, Edir Barbosa Góes, Neula Carvalho Góes, Rafael Carvalho Góes e Rodrigo Góes, também aconteceu uma semana após o previsto. Na véspera da data programada, 30 de outubro, a família pediu o adiamento alegando precisar de mais tempo para analisar os autos da investigação.

Ainda no dia 30, os quatro ex-funcionários foram até a Câmara Municipal e passaram três horas no local. No entanto, na época, apenas Edir constava como assessor parlamentar. A família afirmou que apenas receberam a orientação do chefe de gabinete de Carlos, Jorge Fernandes, a comparecer ao MP na data.

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Carlos Bolsonaro em reunião em um gabinete no Planalto
Carlos Bolsonaro em foto na Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos)
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Vereador do Rio Carlos Bolsonaro

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Carlos Bolsonaro em reunião em um gabinete no Planalto

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Carlos Bolsonaro em foto na Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Renan Olaz/CMRJ
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Vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos)

Caio César/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

Para o órgão, no entanto, a narrativa  “carece de verossimilhança, na medida em que não haveria necessidade de comparecimento pessoal de quatro integrantes da família Góes à Câmara Municipal, nem de sua permanência no local por mais de três horas, apenas para receber a orientação de comparecimento ao MPRJ”.

No mesmo dia, outros dois ex-funcionários envolvidos no esquema das “rachadinhas”, Guilherme dos Santos Hudson e Guilherme de Siqueira Hudson, também foram ao gabienete do vereador. Os depoimentos da dupla estavam marcados para aquela semana.

O MP informou que a movimentação “sugere que o teor de seu depoimento tenha sido coordenado no gabinete” de Carlos.

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