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Ex-diretor da PF diz não se lembrar de investigação sobre Covaxin

Servidor do Ministério da Saúde afirma que relatou a Bolsonaro pressão sofrida para acelerar importação de vacina. O caso seria levado à PF

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Roque de Sá/Agência Senado – 15/11/2020
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1 de 1 Alexandre-de-Souza - Foto: Roque de Sá/Agência Senado – 15/11/2020

Rolando Alexandre de Souza, ex-diretor da Polícia Federal, revelou não se lembrar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) solicitou uma investigação sobre supostas irregularidades no contrato de R$ 1,6 bilhão para comprar doses da vacina indiana Covaxin.

O ex-diretor declarou que não irá “parar para pensar”. “Tem que ver na polícia. Se me perguntar o que chegou e o que não chegou, eu não vou lembrar”, declarou ele. Já a PF informou que não fará comentários sobre eventuais investigações.

Em entrevista para o jornal O Globo, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, relatou que sofreu pressão de militares dentro da pasta para acelerar a importação de doses da Covaxin.

Além disso, ele também declarou que se sentiu desconfortável com a situação, uma vez que o procedimento pedido em relação à vacina diferia do que havia sido feito com outros produtos.

O servidor contou que foi com o irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), ao Palácio da Alvorada para se reunir com o presidente. Miranda afirma que relatou a situação no encontro e que Bolsonaro prometeu encaminhar o caso à Polícia Federal.

Na época do encontro, que aconteceu no dia 20 de março, o delegado Rolando de Souza ainda era o diretor-geral da PF, sendo substituído somente em abril deste ano.

“Eu apresentei toda a documentação, o contrato assinado, as pressões que estavam acontecendo internamente no Ministério, e a gente levou até a casa do presidente, conversamos com ele, mostramos todas as documentações, as pressões, e ele ficou de, após a reunião, falar com o chefe da Polícia Federal para investigar”, conta Miranda.

O delegado evitou responder diretamente quanto a possíveis comentários ou pedidos do presidente sobre alguma investigação particular acerca à situação relata pelo servidor. “Tem que olhar lá [na Polícia Federal]. Tem que pedir lá. Tem que ver com o diretor atual. Não é mais comigo”, afirmou.

Rolando de Souza assumirá um cargo na Embaixada do Brasil em Washington, nos Estados Unidos, e revelou já estar no país.

A Polícia Federal emitiu uma nota, em que não responde se abriu ou não alguma investigação baseada nas suspeitas de Luis Miranda. Na nota, a PF declara que as ações e operações da entidade são divulgadas “no momento oportuno” e que “não comenta nem confirma a existência de possíveis investigações em andamento”.

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta terça-feira (22/6), que foram encontrados indícios de crimes na contratação da Covaxin pela Procuradoria da República no Distrito Federal e que pediu investigação do caso na esfera criminal. O contrato estava sendo investigado, até então, somente na esfera cível.

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