Ex-diretor da Odebrecht relata repasse fora do departamento da propina
Rogério Santos de Araújo disse aos investigadores que o pagamento de R$ 5 milhões à Petrobras não consta das planilhas do setor
atualizado
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Em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba após a homologação de seu acordo de delação premiada, o ex-diretor de Desenvolvimento de Negócios da Odebrecht Rogério Santos de Araújo disse aos investigadores que o pagamento de R$ 5 milhões ao ex-gerente de Serviços da Petrobras Roberto Gonçalves — parcela da empreiteira de um total de US$ 5 milhões em propinas recebidas por Gonçalves por meio de offshores no exterior — não consta das planilhas do programa Drousys, utilizado pela empresa para fazer a contabilidade do “departamento da propina”.
Desde que a Lava Jato revelou o funcionamento do Setor de Operações Estruturadas — nome oficial do “departamento” — da Odebrecht, é a primeira vez que vem à tona que houve pagamentos de propinas não contabilizados no sistema que fazia o controle de pagamentos ilícitos.
O depoimento de Araújo aos procuradores Roberson Henrique Pozzobon e Julio Carlos Motta Noronha, tomado no dia 8 de março, também foi usado para embasar a deflagração nesta terça-feira (28/3) da Operação Paralelo, 39ª fase da Lava Jato, que prendeu Gonçalves preventivamente.Em nota, a Odebrecht diz que “não se manifesta sobre o teor de eventuais depoimentos de pessoas físicas, mas reafirma seu compromisso de colaborar com a Justiça”.