Ex de Dr. Jairinho confirma que padrasto de Henry era violento
Em depoimento, mulher afirma que se sentiu ameaçada com ligação de Dr. Jairinho para mãe dela, oito anos depois do término da relação
atualizado
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Rio de Janeiro – Durante depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca), uma ex-namorada do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), contou que a mãe dela recebeu uma ligação do namorado da mãe de Henry Borel Medeiros, na última sexta-feira (19/3), oito anos após o término do relacionamento.
Aos policiais, a mulher disse que se sentiu ameaçada com o telefonema e confirmou a informação da ex-mulher do vereador, Ana Carolina Ferreira Netto, mãe de dois dos três filhos do político, de que Dr. Jairinho era violento.
A ex-namorada do padrasto de Henry, cuja identidade está sendo mantida em sigilo, relevou que teve com Dr. Jairinho um relacionamento marcado por atos de violência. A mulher também acusou o vereador de agredir sua filha, na época com 4 anos.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no último dia 8 de março, em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram um fim de semana normal. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).
Ainda segundo o pai de Henry, por volta das 4h30 do dia 8, ele recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.
Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, segundo boletim de ocorrência registrado pelo pai da criança.
De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.
Investigações
Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia do menino, no domingo, quando estava em companhia do pai. Eles recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping, onde o garoto foi a um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel morava.
Segundo os investigadores, o menino chegou aparentemente saudável aos locais. A polícia também ouviu testemunhas em ambos os lugares.
No dia 17, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram ouvidos nove dias depois do crime porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.
No depoimento deles, ambos afirmaram que estavam em um quarto vendo série e, quando foram dormir, a mãe encontrou Henry caído no chão, ao lado da cama, com as extremidades frias e com dificuldade para respirar. Monique disse à polícia que acredita que o menino tenha caído da cama antes de morrer.