Ex-comandante do Exército chamado de “cagão” depõe na PF sobre golpe
Ex-comandante Freire Gomes teria ido a reuniões sobre suposta trama golpista de Bolsonaro, mas não aderiu. Braga Netto o chamou de “cagão”
atualizado
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O ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, dará depoimento na Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (1/ 3) no âmbito do inquérito sobre a suspeita de uma tentativa de golpe de estado arquitetada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados.
Freire Gomes teria participado de conversas sobre a chamada minuta do golpe, segundo a delação do ex-chefe da Ajudância de Ordem da Presidência, tenente-coronel Mauro Cid. Essa minuta do golpe foi um documento que previa o cancelamento das eleições de 2022.
No entanto, Freire Gomes, assim como o então responsável pela Aeronáutica, não teria aceitado a tese golpista. Apenas o chefe da Marinha teria aderido ao suposto golpe.
Ex-comandante chamado de “cagão”
O candidato a vice-presidente de Bolsonaro em 2022, general Braga Netto, ficou revoltado com a falta de adesão das Forças Armadas ao golpe e chamou Freire Gomes de “cagão”, em mensagens extraídas do celular do ex-major Ailton Barros.
Em fevereiro, o blog da Malu Gaspar revelou que diálogos obtidos pela investigação mostram que Freire Gomes recebeu informações de Cid sobre os planos de golpe de Jair Bolsonaro e aliados.
Operação da PF
Bolsonaro e aliados foram alvos da Operação Tempus Veritatis, no dia 8 de fevereiro. Na ocasião, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão.
Os pedidos de busca e prisão da PF foram aprovados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que é o relator do caso.
De acordo com a investigação, Bolsonaro e seu grupo político, incluindo ex-integrantes do seu governo, arquitetaram uma tentativa de golpe de estado para impedir a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).