Ex-comandante da Marinha sobre operação da PF: “Fui acordado às 6h15”
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha de Bolsonaro, pediu oração e disse que estava acompanhado “apenas do Espírito Santo”
atualizado
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Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha, foi um dos alvos de busca e apreensão da Polícia Federal (PF). Deflagrada nesta quinta-feira (8/2), a Operação Tempus Veritatis investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito após as eleições de 2022.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da investigação.
Por meio de uma lista de transmissão de WhatsApp, o ex-comandante se manifestou sobre a ação da PF. Na mensagem, Almir Garnier pede orações e sugere que a ação da Polícia Federal tenha caráter político. Veja o texto na íntegra:
“Prezados amigos, participo que face à situação política de nosso país, fui acordado em minha casa hoje, às 6h15 da manhã, pela Polícia Federal. Estou acompanhado apenas do Espírito Santo, em virtude de viagem da minha esposa”, escreveu.
Ele continua: “Levaram meu telefone e papéis de projetos que venho buscando atuar na iniciativa privada”, disse o militar. “Peço a todos que orem pelo Brasil e por mim. Continuamos juntos na fé, buscando sempre fazer o que é certo, em nome de Jesus”.
Ex-comandante citado em delação de Mauro Cid
O ex-comandante Almir Garnier teria sido citado na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. Conforme o relato de Cid, Garnier teria dito ao ex-presidente Bolsonaro, em reunião no Palácio da Alvorada, que “sua tropa estava pronta para atender a um chamamento de Bolsonaro”.
Entretanto, o comando do Exército não teria embarcado na trama, naquela ocasião, de acordo com Cid.
São cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentar do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Dos alvos, ao menos 16 são militares.