Ex-chefe em Delegacia da Mulher vira réu por agressões à ex-namorada
Marcos André de Oliveira Santos, 50, é acusado de lesão corporal, injúria, ameaça e violência psicológica. Ele está afastado de suas funções
atualizado
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Rio de Janeiro – Após denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), a Justiça tornou réu o ex-chefe de investigações da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, Marcos André de Oliveira Santos, de 50 anos, por violência doméstica.
Ao jornal O Globo, a advogada e ex-companheira do policial, de 29, afirmou não se sentir segura, mesmo com medidas protetivas contra o acusado. “Eu temo, tenho muito medo. Não me sinto segura. Eu o vi sendo vingativo com algumas pessoas, vi do que é capaz. E ele me disse: não preciso fazer, mando outra pessoa fazer”, contou a vítima.
O registro de ocorrência contra o ex foi feito no fim de fevereiro, na Corregedoria-Geral da Polícia Civil. De acordo com a advogada, os crimes – lesão corporal, injúria, ameaça e violência psicológica – começaram em outubro de 2021, quando propôs colocar um fim no relacionamento, pelo “ciúmes doentio” do parceiro.
“Ele falou ‘vou te matar, vou te furar, vou isso, vou aquilo’. Gravei porque tinha que ter prova”, afirmou.
A vítima contou ainda que em seu último depoimento da Corregedoria, que teve duração de três horas, disseram que ela estava se contradizendo, apesar das provas apresentadas. “Parecia que estavam tentando encontrar um motivo para justificar o ato dele”, apontou a advogada.
O MPRJ entende que o acusado “agia constrangendo, ofendendo, manipulando e limitando a autodeterminação da vítima”. O órgão ainda afirma que “com o tempo, o acusado ficou mais agressivo, passando a xingar, humilhar e desferir tapas no rosto e na cabeça da vítima durante as discussões, que em sua maioria eram motivadas por ciúmes”.
O caso é investigado pela Polícia Civil, que abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar as denúncias. O prazo para a conclusão é de 180 dias e, até lá, o servidor estará afastado de suas atividades e, após concluído, pode ser punido com suspensão ou até demissão.