Ex-candidato a vereador é condenado por tentar comprar desistência de rival
Justiça Eleitoral considerou inelegível, por oito anos, Juvenário Alves Faleiro depois de condenação por abuso de poder econômico em Goiás
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) manteve sentença que condenou, por abuso de poder econômico, um ex-candidato a vereador de Corumbá de Goiás, a 113 quilômetros de Goiânia. Segundo a acusação, Juvenário Alves Faleiro (PMN), de 54 anos, tentou comprar a desistência de uma rival nas eleições de 2020 e está inelegível por oito anos.
O ex-candidato a vereador foi alvo de uma investigação judicial eleitoral por sua atuação nas últimas eleições. De acordo com o Ministério Público, ele tentou comprar a retirada da corrida eleitoral de Denegê Nunes de Morais (PL), que também foi candidata à vereadora. Os dois não foram eleitos.
As investigações apontaram que Faleiro chegou a oferecer dinheiro e cargo público a Denegê para que ela abrisse mão de sua candidatura e passasse a apoiá-lo.
“Interferências escusas”
Em seu relatório, o juiz José Proto de Oliveira considerou ser inegável que a conduta de Faleiro afetaria a isonomia das eleições.
“No ideário democrático, as alianças entre partidos políticos e candidatos deveriam decorrer da convergência de interesses ideológicos, de governança, social e cultural, sem interferências escusas, sobretudo com o uso do poderio econômico, como na espécie”, escreveu ele, na decisão.
De acordo com o magistrado, a relação partidária “limpa” faz parte da construção do equilíbrio que deve nortear a política. Ainda segundo o juiz, a quebra dessa corrente deve ser coibida pela Justiça Eleitoral.
“Comprovado o abuso de poder econômico por parte do recorrente, ante a oferta pecuniária e de cargo público para pagamento da desistência de candidata corrente, a manutenção da sentença é medida que se impõe”, ressaltou.
Sem recurso
O candidato a vereador, segundo levantamento da Justiça Eleitoral, não apresentou novo recurso para contestar a decisão do TRE-GO, que transitou em julgado no último dia 1° de setembro.
O Metrópoles não conseguiu localizar o contato do ex-candidato nem o de Denegê.