Ex-bombeiro preso por matar Marielle explorava “gatonet”
Delação premiada do ex-PM Élcio Queiroz, liga ex-bombeiro a uma organização criminosa que prestava serviços de “gatonet” no Rio de Janeiro
atualizado
Compartilhar notícia
Maxwell Simões Correa, o ex-bombeiro preso, nesta segunda-feira (24/7), suspeito de envolvimento nas mortes da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, integrava uma organização criminosa armada que prestava serviços de “gatonet”, exploração de sinal clandestino de TV e internet.
A infomação foi revelada por uma investigação coordenada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
O ex-policial militar Élcio Queiroz confirmou, em delação premiada à PF, a participação do ex-bombeiro nos homicídios de Marielle e Anderson, além da tentativa de homicídio da assessora Fernana Chaves.
De acordo com à delação premiada obtida pelo Metrópoles, as atividades clandestinas do “gatonet” eram realizadas no bairro de classe média e média baixa de Rocha Miranda, na zona norte do Rio de Janeiro.
Maxwell, vulgo “Suel” ou “Swell”, já foi condenado na operação “submersus II” por ter, em tese, descartado em alto mar armas e acessórios pertencentes ao ex-policial reformado Ronnie Lessa, também investigado pelo crime.
Ainda segundo as investigações da PF, Suel teria um patrimônio incompatível com as próprias receitas. O suspeito foi preso dentro de casa, mansão de três andares, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes (RJ).
Na delação à PF, o ex-bombeiro se encontrou com Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha” para tratar do descarte do carro usado na noite do crime, em Rocha Miranda, região onde o grupo criminoso do “gatonet” atuava.
O documento indica que os itens apreendidos vão auxiliar à apuração do “suposto crime de organização criminosa armada na modalidade de ‘gatonet’, abrangendo, em tese, a exploração de sinal clandestino”.
Ainda segundo o documento da delação, ele foi preso após Queiroz indicar a participação direta do ex-bombeiro no assassinato. Inicialmente, Suel era o responsável por dirigir o carro usado no dia da execução, no entanto, houve mudanças e o suspeito passou a fazer tocaias e informar a localização da vereadora.