Ex-aluno da UnB é condenado a 41 anos de prisão por racismo no Paraná
Preso desde maio de 2018, quando foi alvo de operação da PF, Marcelo Valle não poderá recorrer ao processo em liberdade
atualizado
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Preso em maio deste ano pela Polícia Federal acusado de racismo, ameaça, incitação ao crime e terrorismo via internet, o ex-estudante da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Valle Silveira Mello, 32 anos, foi condenado a 41 anos, 6 meses e 20 dias de prisão. A decisão, dessa quarta-feira (19/12), é do juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba.
Marcelo, que é analista de sistemas, havia sido preso durante a Operação Bravata da PF. Ele já havia sido mandado para a cadeia em 2012 acusado de arquitetar um massacre contra alunos da UnB. Ficou detido no Paraná por 1 ano e 6 meses.
Ao ganhar o direito de cumprir o restante da pena solto, voltou a criar páginas anônimas para atacar e ameaçar mulheres, negros e homossexuais. Uma delas ensinava como cometer estupros. Agora, ele não pode mais recorrer em liberdade. Além disso, ele costumava denunciar às autoridades postagens anônimas produzidas por ele mesmo, a fim de tentar se manter longe de suspeitas.
Valle também foi condenado a pagar R$ 1 milhão a título de reparação de danos e ao pagamento de 678 dias-multa. A quantia será destinada a programas educativos e de combate aos crimes cibernéticos.
BolsoCoin
Em janeiro deste ano, antes de ser preso pela PF, ele voltou a aparecer em noticiários ao criar a moeda virtual BolsoCoin. Oferecida e divulgada em cantos pouco conhecidos da internet, a invenção é uma criptomoeda vendida por seus criadores como a primeira “da direita alternativa e neonazista do Brasil”.
A BolsoCoin é uma das milhares de criptomoedas existentes hoje no mundo. A modalidade é uma espécie de dinheiro virtual que utiliza a criptografia para garantir mais segurança em transações financeiras na internet e criar novas unidades da moeda, como em um investimento. A transferência de valores é feita de um usuário a outro, sem a interferência de instituições bancárias.