Ex-ajudante de Bolsonaro pediu que joias fossem entregues “à mão” de Cid
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 teve acesso a um e-mail que aponta a exigência da entrega “em mãos” a Mauro Cid
atualizado
Compartilhar notícia
Um e-mail ao qual a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro teve acesso aponta que o ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Cleiton Henrique Holzschuk solicitou que os presentes e as pedras preciosas barradas pela Receita Federal deveriam ser entregues “à mão” do tenente-coronel Mauro Cid, também ajudante de ordens de Bolsonaro e preso preventivamente desde maio deste ano.
Além de Cid, Holzschuk estaria envolvido com a organização da entrega das joias que seriam entregues a Bolsonaro, segundo informações da CNN. Ele quem teria mandado um e-mail, ao qual a CPMI teve acesso, que afirma que os itens foram guardados em um cofre grande e deveriam ser entregues nas mãos de Mauro Cid, além de copiar na mensagem os ajudantes de ordem Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti.
Mauro Cid cumpre prisão preventiva e está sendo investigado pelo caso das joias sauditas, sendo considerado suspeito na tentativa de liberação do presente, retido pela Receita Federal.
O Metrópoles tentou contato com defesa de Mauro Cid, mas ainda não obteve retorno.
Relembre o caso das joias retidas na Receita Federal
Em 26 de outubro de 2021, representantes do governo Bolsonaro trouxeram anel, colar, relógio e brincos de diamantes ao Brasil. As joias, porém, acabaram aprendidas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Elas estavam na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, Marcos André dos Santos Soeiro, que esteve no Oriente Médio na comitiva do ministro.
De outubro de 2021 até o fim do mandato, em dezembro de 2022, Bolsonaro tentou, por diversos meios, reaver as joias, sem sucesso. A única forma de liberar os objetos seria pelo pagamento do imposto de importação, equivalente a 50% do preço das joias, além de multa de 25%, o que custaria R$ 12,3 milhões.
A prisão de Mauro Cid
O tenente-coronel Mauro Cid está preso desde maio deste ano no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília por causa de investigação sobre esquema de fraude de cartão de vacina de Jair Bolsonaro, sua filha mais nova e familiares do próprio ajudante de ordens. Ele também é syuspeito no inquérito das joias sauditas e alvo de apuração sobre tramas golpistas.