Evento do plano de vacinação da Covid-19 tem aglomeração e falta de máscara
Autoridades que participaram do anúncio trocaram abraços, apertos de mão e algumas estavam sem proteção facial
atualizado
Compartilhar notícia
Durante o lançamento do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, duas das principais medidas de prevenção foram desrespeitadas: distanciamento e uso de máscara.
O evento, realizado no segundo andar do Palácio do Planalto, contou com a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, de governadores e parlamentares.
A maior parcela das autoridades ignorou o distanciamento, sentando-se próximas umas às outras, trocando abraços e cumprimentos de mão.
A máscara também estava em desuso. Bolsonaro, Pazuello, o ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas), o governador de Roraima, Antônio Denarium (PSL), por exemplo, não usaram o mecanismo de proteção facial.
Na contramão, os governadores Ronaldo Caiado (DEM), de Goiás, Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, e Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, permaneceram de máscara durante a solenidade.
Até mesmo servidores da Presidência da República deixaram de lado a proteção. Nas portarias, algumas recepcionistas que faziam o credenciamento dos convidados estavam sem máscara. Agentes de segurança também não a usavam.
A comunidade médico-científica é categórica: distanciamento e máscara são medidas importantes para a contenção do novo coronavírus, enquanto a população não é vacinada.
O programa
Nesta quarta-feira (16/12), o Ministério da Saúde lançou o plano de vacinação contra a Covid-19. Quem se vacinar, receberá duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção. O governo prevê a assinatura de um termo de consentimento.
De acordo com o programa, a imunização será feita em quatro grupos prioritários, que somam 50 milhões de pessoas. Serão necessárias 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas.
A prioridade será para trabalhadores da saúde, idosos, pessoas com doenças crônicas (hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, entre outras), professores, forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional.
O governo federal está negociando a compra de vacinas com seis laboratórios. A informação está no Plano Nacional de Imunização. Segundo o documento, as tratativas já foram iniciadas com Pfizer/BioNTech, Janssen, Instituto Butantan, Bharat Biotech, Moderna e Gamaleya.
“Foram firmados memorandos de entendimento, não vinculantes, que expõem a intenção de acordo, podendo sofrer alterações de cronograma e quantitativos a serem disponibilizados”, destaca trecho do plano.