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EUA pressionou Brasil para não comprar vacina russa contra a Covid-19

Informação consta no relatório anual de 2020 do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos

atualizado

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Bolsonaro cumprimenta Trump durante jantar
1 de 1 Bolsonaro cumprimenta Trump durante jantar - Foto: Alan Santos/PR

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos admitiu ter pressionado o governo brasileiro para rejeitar a compra da vacina russa contra a Covid-19, batizada de Sputnik V. O imunizante é produzido pelo Instituto Gamaleya.

Em relatório anual (leia aqui, em inglês) sobre as medidas adotadas em 2020, o departamento disse ter usado o Escritório de Assuntos Globais (OGA, na sigla em inglês) para “persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa Covid-19”.

A medida foi citada pelo então secretário de Saúde Alex Azar, ainda sob a gestão do ex-presidente Donald Trump (Republicano), como exemplo, entre as ações tomadas para “combater as influências malignas nas Américas”.

“O OGA usou as relações diplomáticas na região das Américas para mitigar os esforços dos Estados, incluindo Cuba, Venezuela e Rússia, que estão trabalhando para aumentar sua influência na região em detrimento da segurança dos Estados Unidos”, assinalou.

“O OGA coordenou-se com outras agências governamentais dos Estados Unidos para fortalecer os laços diplomáticos e oferecer assistência técnica e humanitária para dissuadir os países da região de aceitar ajuda desses estados intencionados”, prosseguiu.

Em rede social, o perfil oficial da vacina Sputnik V destacou acreditar que os países devem trabalhar juntos para salvar vidas. “Os esforços para minar as vacinas são antiéticos e custam vidas”, afirmou.

Veja o post:

 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil negou, em nota enviada ao Metrópoles na noite dessa segunda-feira (15/3), ter sido pressionado pelo governo dos Estados Unidos para não comprar a vacina russa.

“A Embaixada do Brasil em Washington não recebeu consultas ou gestões de autoridades ou empresas dos Estados Unidos a respeito da eventual compra, pelo Brasil, da vacina russa contra a Covid-19”, ressaltou o Itamaraty.

“As negociações do Brasil com diversos países e consórcios para a aquisição de vacinas contra a Covid-19 têm sido norteadas por princípios como o senso de urgência e a escolha soberana de fornecedores”, prosseguiu a pasta, comandada pelo ministro Ernesto Araújo, aliado de Donald Trump.

Na última sexta-feira (12/3), o Ministério da Saúde informou ter assinado um contrato para a aquisição de 10 milhões de doses da Sputnik V. O imunizante, no entanto, ainda não tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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