EUA demonstram preocupação com viagem de Bolsonaro à Rússia
Visita está prevista para o dia 12 de fevereiro. Representantes do governo americano acreditam que a melhor opção no momento é isolar Putin
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) está com viagem marcada para Moscou, na Rússia, prevista para o dia 12 de fevereiro. Representantes do governo dos Estados Unidos, porém, expressaram às autoridades brasileiras que acreditam que esse é um momento impróprio para uma aproximação entre Bolsonaro e o presidente da Rússia, Vladmir Putin. As informações são do jornal O Globo.
A preocupação da nação americana se dá pelo conflito que ocorre na fronteira da Rússia com a Ucrânia, que se tornou um dos pontos da agenda entre o Brasil e os EUA desde que os brasileiros assumiram, neste mês, um mandato de dois anos como membros rotativos do Conselho de Segurança da ONU. Para os representantes da Casa Branca, o isolamento de Putin seria a melhor opção no momento.
De acordo com fontes, a cautela dos americanos foi apresentada em conversas entre membros dos dois governos, apesar de não ter sido discutida oficialmente no contato telefônico entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o chanceler Carlos França.
Em contraponto da proposta de Blinken de uma “resposta forte” do Brasil a frente de uma nova agressão da Rússia à Ucrânia, a França defendeu uma solução diplomática.
O encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia em Brasília, Anatoliy Tkach e o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, recomendaram que Bolsonaro também visitasse a Ucrânia para demonstrar que o Brasil não está tomando partido na disputa.
Durante reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas que ocorreu nessa segunda-feira (31/1), o representante do Brasil, Ronaldo Costa Filho, afirmou que o governo brasileiro defende o diálogo entre as partes envolvidas.
“Apelamos a todas as partes para que exerçam a máxima contenção e se envolvam construtivamente em conversações destinadas a resolver as suas diferenças. Há espaço para restaurar a confiança e encontrar uma solução diplomática duradoura para esta crise. Para isso, precisamos de vontade política e compromisso genuíno de todos os lados”, disse o diplomata.