“Eu não acredito que ela morreu”, fala pai de vítima em Brumadinho
Desde o dia da tragédia, o padeiro Luciano de Oliveira vai ao posto da Defesa Civil em busca de informações
atualizado
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Nathalia de Oliveira, 25 anos, era assistente e se preparava para ser contratada na área administrativa da Vale. Casada e mãe de dois filhos, ela estava no melhor momento da vida, segundo os familiares. Filha única do padeiro Luciano de Oliveira, a jovem tinha acabado de almoçar no restaurante da empresa quando o local foi tomado pelo mar de rejeitos da Mina Córrego do Feijão.
“Ela mandou uma mensagem para o marido. Disse que tinha acabado de almoçar e que amava a família. A minha ficha ainda não caiu. Desde sexta a minha vida parou. Eu não acredito que ela morreu. Acho que pode estar ilhada em alguma mata”, contou o pai.
Desde a última sexta-feira (25/1), o trabalhador visita a central da Defesa Civil em busca de informações sobre Nathalia.
Esperança diminui
Os militares que trabalham nos resgates dizem que a possibilidade de encontrar sobreviventes é quase nula. A Polícia Civil de Minas Gerais atualizou, no início da tarde deste domingo (3/2), a relação de vítimas do desastre de Brumadinho já identificadas. Com base em dados do Instituto Médico Legal (IML), 107 foram encontradas até o momento.
De acordo com balanço mais recente divulgado pela Defesa Civil de Minas Gerais, no total, 121 pessoas morreram com o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, ocorrido no dia 25 de janeiro. Outras 226 continuam desaparecidas e 395 pessoas foram localizadas pelas equipes de salvamento.
Os trabalhos de resgate começam por volta das 4h e vão até a noite. A barragem B6, com água, segue monitorada 24 horas, sem risco de rompimento. Um plano de contingência, entretanto, foi elaborado de forma preventiva.