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Estupros têm alta de 7,2% no primeiro trimestre no estado de São Paulo

Um relatório do Instituto Sou da Paz revela queda em crimes de letalidade policial, homicídio doloso, sequestro e roubos

atualizado

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Songsak Rohprasit/Getty Images
Violência contra a mulher
1 de 1 Violência contra a mulher - Foto: Songsak Rohprasit/Getty Images

São Paulo – Os crimes de estupro tiveram aumento de 7,2% no primeiro trimestre de 2021 no estado de São Paulo. Um relatório lançado pelo Instituto Sou da Paz nesta quinta-feira (13/5) revela que houve 3.113 casos desse tipo de crime, contra 2.904 no mesmo período do ano passado.

De acordo com o documento, a capital paulista foi a única região a registrar queda no número de estupros de janeiro a março (-2,3%). Por outro lado, a Grande São Paulo e o interior tiveram significativo aumento de 10% cada.

Os dados são analisados a partir de estatísticas criminais divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), além de informações das polícias Civil e Militar.

Os estupros de vulneráveis, isto é, vítimas menores de 14 anos ou cujas condições de saúde as impedem de discernir o ato violento, correspondem a 75,5% do total (+1,8%).

Entretanto, a diretora-executiva do Sou da Paz, Carolina Ricardo, alerta que essa queda observada na capital não significa necessariamente que há menos casos de violência sexual. Sobretudo por conta de a violência contra pessoas vulneráveis representar 3/4 do total.

“Na pandemia, a redução desse tipo de crime possivelmente se deve à falta de notificação, à dificuldade de as pessoas denunciarem e registrarem. É muito mais uma queda nos registros do que uma diminuição no número de estupros”, avalia.

Um estudo lançado pela instituição em 2020 revelou que mais de 80% dos estupros de vulneráveis durante a pandemia ocorreram dentro de casa.

Queda em outros indicadores

Segundo o relatório, outras cinco categorias de crimes violentos tiveram retração no início de 2021. Entre janeiro e março deste ano, a letalidade policial foi menor do que nos três primeiros meses de 2020.

Ao todo, os policiais do estado de São Paulo mataram 206 pessoas, queda de 22% em relação ao mesmo período, que marcou um recorde de 264 vidas perdidas. Desse total de óbitos, 166 foram durante o serviço (80,6%) e 40 em período de folga (19,4%).

Em relação a mortes de policiais, houve retração de quase 60%. Segundo o Instituto Sou da Paz, 7 oficiais morreram nesse período, contra 17 nos três primeiros meses de 2020.

Os 645 municípios registraram 783 vítimas de homicídios dolosos (quando há intenção de matar) – pequena diminuição de 1,1%. O boletim destaca diminuição de 1,9% nesse tipo de crime contra mulheres, incluindo feminicídio, de janeiro a março.

Sem sequestros

Já as ocorrências de latrocínio reduziram em -24% no primeiro trimestre de 2021, totalizando 44. Nenhum sequestro foi computado nesse período, segundo o Instituto Sou da Paz.

Para Carolina, o recuo em crimes letais pode ser atribuído a uma revisão de estratégias da Polícia Militar, como a criação de uma comissão para avaliar cada morte e uso de equipamentos menos letais

“Tem medidas de gestão do comando que só mostram que quando a polícia quer ela consegue reduzir a letalidade.”

O relatório aponta que os roubos de veículos caíram 22,5% em todo o estado. Já a categoria roubo (outros), que exclui apenas carga e banco, recuaram 18,6% em São Paulo.

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