Estudante da USP morre após ser infectado pelo coronavírus
Aluno de Química, ele tinha 56 anos e estava internado no Hospital Universitário. Instituição busca quem teve contato com ele
atualizado
Compartilhar notícia
Um aluno do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP) morreu na manhã deste sábado (28/03), após contrair o novo coronavírus. Verdy Luís Tiburcio, de 56 anos, estava internado no Hospital Universitário e não resistiu. Ele cursava graduação na instituição. A informação foi confirmada pela universidade. Seguindo orientação da Prefeitura de São Paulo, não haverá velório.
Em nota, a universidade manifestou pesar pela morte de Tiburcio. “A USP lamenta profundamente o ocorrido e informa que está tomando providências para identificar eventuais colegas, professores e funcionários que estiveram em contato com o aluno e orientá-los como proceder. O Serviço Social/SAS e o Escritório de Acolhimento em Saúde Mental da Pró-Reitoria de Graduação estão em contato com a família do estudante para oferecer o suporte da USP nesse difícil momento.”
A USP havia confirmado no dia 11 o primeiro caso de coronavírus no campus. Mesmo assim, apenas as aulas no Departamento de Geografia, onde o aluno infectado estuda, foram suspensas após a informação. Dois dias depois, a USP confirmou o segundo caso de coronavírus, em um estudante da Escola Politécnica (Poli).
USP e Universidade Estadual Paulista (Unesp) suspenderam as aulas no dia 17. Já a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fechou seu campus somente no dia 13. O fechamento chegou a causar mal-estar entre o governo e as instituições, que têm autonomia para decisões administrativas. Dia 12, o governador João Doria criticou a Unicamp por ter decidido suspender as atividades antes de uma determinação estadual.
“Nós obviamente respeitamos a autonomia das universidades, mas a questão da saúde não é questão de autonomia. Nós não temos estados independentes. Não é o Vaticano dentro do Brasil nem Vaticano dentro de São Paulo”, disse Doria, em entrevista à Globonews.
“Ao nosso ver, resguardadas as razões que motivaram a Unicamp a suspender as aulas, mas, de maneira geral, não há necessidade de medidas dessa natureza. Nós não queremos nem desqualificar nem desvalidar as preocupações, mas, de maneira generalizada, não há esta necessidade”, disse o governador na época. No entanto, no dia seguinte, ele acabou suspendendo as atividades em todas as instituições de ensino públicas e privadas de São Paulo.
Marcelo Knobel, reitor da Unicamp, defendeu a decisão e disse preferir “pecar pelo excesso de zelo do que pela omissão”.