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Estoque de medicamentos do kit intubação zerou, dizem distribuidoras

Empresas que têm algumas poucas drogas para intubação guardadas relatam que estoque se encerrará, no máximo, em uma semana

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profissional de saúde usa balão de ar manual para auxiliar paciente grave com covid-19 na respiração, em hospital de goiânia
1 de 1 profissional de saúde usa balão de ar manual para auxiliar paciente grave com covid-19 na respiração, em hospital de goiânia - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Distribuidoras de medicamentos anunciam que estão com os estoques do chamado kit intubação – que reúne analgésicos, sedativos e bloqueadores musculares – zerados, com o agravamento da crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus no país. Segundo essas empresas, trata-se da “maior catástrofe do século 21”.

Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o presidente-executivo da Associação Brasileira dos Distribuidores de Medicamentos Especializados, Excepcionais e Hospitalares (Abradimex), Paulo Maia, relata que a demanda de drogas do kit intubação aumentou “extremamente”.

O número de pedidos cresceu tanto nas últimas semanas, diz Maia, a ponto de superar a produção e, assim, zerar os estoques da maioria das distribuidoras. Mortes por Covid-19 batem recordes diariamente no país, que sofre, ainda, com a falta de leitos de UTI e de medicamentos para intubação.

Nos estoques dessas distribuidoras, faltam atracúrio, rocuronio 50 mg, succinicolina 100 mg, cisatracurio, pancuronio 4 mg/2 ml, cetamina 50 mg/2 ml, fentanila 5 ml, fentalina spinhal, propofol, alfentalina 2,5 mg/5 ml, remifentanila, sufentanila 50 mcg/1 ml e midazolam 15 mg.

A lista é parecida com a divulgada pelo Fórum Nacional de Governadores na última quinta-feira (18/3). Na ocasião, 13 chefes de Executivos estaduais cobraram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o Ministério da Saúde providências para a aquisição dessas drogas, suficientes para, no máximo, 20 dias.

“Sistematicamente, as distribuidoras solicitam aos fabricantes a reposição dos estoques, e, por fatores diversos, os pedidos são atendidos parcialmente, mas assim que os medicamentos são disponibilizados, rapidamente são enviados aos hospitais, deixando o estoque novamente zerado”, destaca Maia.

“Como a reposição não tem sido feita em tempo hábil, nem em sua plenitude, apenas parte dos distribuidores possui um estoque de pequeno volume de alguns desses medicamentos, que possivelmente dure em torno de uma semana, a depender da demanda”, ressalta.

Fundada em janeiro de 2007, a Abradimex é uma entidade de classe, de âmbito nacional, que reúne distribuidoras que, juntas, representam cerca de 65% do mercado institucional brasileiro, que envolve instituições públicas e privadas, clínicas especializadas, planos de saúde e hospitais.

Maia afirma que a maior dificuldade das distribuidoras está em atender a demanda de maneira eficiente e célere, uma vez que as atividades da distribuição são diretamente dependentes da indústria farmacêutica – que, neste momento, não está conseguindo produzir o volume necessário para atender todos os pedidos.

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Insumos que compõem o kit intubação, também em falta no Brasil
Profissional de saúde prepara seringa contendo fentanil, medicamento utilizado para auxiliar na intubação de pacientes
Profissionais de saúde se preparam para intubar paciente em hospital de Goiânia (GO)
Ambulância chega com paciente Covid-19 a hospital em Goiânia
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Goiás chegou a ter 384 pessoas na fila de espera por leitos de UTI da Covid-19. Hoje tem oito pessoas

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Insumos que compõem o kit intubação, também em falta no Brasil

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O presidente da associação, no entanto, garante que as distribuidoras têm capacidade, hoje, de manter a operação adaptada às condições apresentadas, como ocorreu ao longo dos últimos meses da pandemia de Covid-19. E pontua que não vê risco de o setor entrar em colapso.

“Os nossos associados possuem todas as condições para apoiar o governo federal nas operações logísticas e distribuições desses e de outros produtos, a partir da regularização dos estoques de medicamentos pela indústria farmacêutica”, afirma o empresário, que se recusa a fazer um diagnóstico sobre a escassez dos insumos no auge da pandemia.

“Neste momento, o mais importante é refletirmos e observarmos como, juntos, poderemos contribuir para a mudança do cenário que estamos enfrentando no Brasil e no mundo, seja na falta de matéria prima comum ao mercado mundial, na alta demanda e na baixa produção, e especialmente no fomento da importância de uma política pública federal convergente com o Distrito Federal, os estados e municípios, capaz de orientar e garantir o acesso aos medicamentos da população”, ressalta.

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