“Estamos no limite”, diz governador do Acre sobre leitos para Covid-19
Gladson Cameli visitou o Instituto Butantan para pedir “informação e apoio técnico” e tentar evitar um colapso na rede de saúde do estado
atualizado
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O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), visitou o Instituto Butantan, em São Paulo, na manhã desta quarta-feira (27/1), em busca de “informação e apoio técnico” para evitar um colapso na rede de saúde do seu estado. Segundo ele, os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponíveis para os acreanos já chegaram ao limite.
“Estou vindo pessoalmente atrás de solução, de respostas, por essa grande interrogação que é a Covid-19. Nós precisamos prevenir, tomar cuidados para que não aumente o número de casos, tendo em vista que nos já chegamos no nosso limite de leitos disponíveis de UTI em todo o estado do Acre”, disse Cameli.
Até terça-feira (26/1), o estado havia registrado 46,7 mil casos de Covid-19 e 856 óbitos pela doença. As informações são do Conselho Nacional de Secretaria de Saúde (Conass).
Ao Butantan, Cameli pediu ajuda no diagnóstico de casos de Covid-19 no estado. “Precisamos de apoio à Secretaria de Saúde Estadual do Acre (Sesacre) no monitoramento dos dados para trabalharmos na prevenção e combate ao vírus”, disse.
Segundo a assessoria de comunicação do estado, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, deixou uma equipe à disposição da Sesacre, “para organizar estratégias e colaborar em ações emergenciais”.
Fechamento de fronteiras
Na noite dessa terça-feira (26/1), Cameli pediu ao Ministério das Relações Exteriores para fechar as fronteiras do Acre com a Bolívia e o Peru e as divisas com os estados do Amazonas e Rondônia, para evitar o caos no sistema de saúde acreano.
Segundo a assessoria de imprensa do governo, mesmo diante do aumento no número de casos no estado, o Acre disponibilizou dez leitos de UTI para receber pacientes do Amazonas. “A rede pública de Saúde do Acre atende a uma parte dos moradores de Rondônia, Amazonas, Bolívia e Peru. Não queremos, de forma alguma, negar ajuda aos nossos irmãos, mas temos um milhão de acreanos que dependem do atendimento nos nossos hospitais”, disse.
A reportagem entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores para saber se o apoio no processo de fechamento das fronteiras foi autorizado, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto. O espaço segue aberto.
Ao Metrópoles, o Ministério da Saúde informou que não foi recebeu pedidos de auxílio por parte do governo do Acre, mas afirma que “está acompanhando a situação epidemiológica da Covid-19 em todos os estados da Região Norte”.
Toque de recolher
Na segunda-feira (25/1), Cameli publicou um decreto que determina toque de recolher em todo o estado, das 22h às 6h. A medida tem validade de um mês. A circulação de pessoas em espaços comerciais e eventos ficou proibida.
Apenas postos de gasolina, farmácias e serviços de saúde, serviços de delivery, funerárias e serviços de coleta de lixo estão permitidos de circular entre 22h e 6h.