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“Estamos agoniados”, diz secretário do Conass sobre a Covid no Brasil

Jurandir Frutuoso, representante do órgão, diz que não falará sobre a CPI da Covid-19 porque isso criaria um cenário “fragilizado”

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Vacina contra gripe Queiroga Rafaela Felicciano 5
1 de 1 Vacina contra gripe Queiroga Rafaela Felicciano 5 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Jurandir Frutuoso, disse que um posicionamento do órgão sobre a CPI da Covid-19 no Senado Federal criaria um cenário “fragilizado” e que, por isso, a organização não falará sobre o assunto.

Ele afirmou que os secretários de saúde já estão “angustiados” com todos os problemas de enfrentamento à pandemia.

“Estamos tratando de um problema técnico e estamos muito angustiados com a necessidade de tratarmos, em tempo hábil, a Covid-19. Se a gente dispersar energia discutindo política de ambiente interno, vamos ficar muito mais fragilizados. A CPI é um assunto do Parlamento“, disse.

A declaração foi dada durante o evento de lançamento da Campanha Nacional de Imunização contra a Influenza, doença conhecida como gripe. A vacinação começa nesta segunda-feira (12/4) e vai até o dia 9 de julho.

Além de Jurandir Frutuoso, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, também disse que a instituição não comentará sobre a CPI.

“O Conasems não vai se posicionar a respeito disso. Cabe a nós orientar o conjunto de municípios a trabalhar, orientar a população, buscar os pacientes para vacinar, orientar a população para fazer a higiene, com máscara e o isolamento dentro do que for possível. Esse é o nosso trabalho”, apontou Junqueira.

De acordo com ele, quando o secretário de Saúde se coloca à disposição, “ele sabe que o seu CPF está em jogo, sabe que tem que ter a maior lisura, a maior transparência, em trabalhar a favor da população”, disse.

Ele afirmou que a CPI é de responsabilidade do Parlamento brasileiro. “O restante cabe a cada um dos seus entes, cada um das entidades que nós respeitamos”, disse.

CPI

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou para o plenário virtual, na (8/4), o processo sobre a necessidade de o Senado instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, para apurar eventuais omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia.

Em caráter liminar, ele determinou que a Casa instaure a CPI. No entanto, afirmou que preza pela “institucionalidade da Corte”, e, por isso, defende que todos os ministros se manifestem, para referendar ou derrubar a medida provisória.

No fim do domingo (11/4), o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) divulgou, nas redes sociais, uma conversa com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No diálogo, o chefe do Executivo defende que o parlamentar peça a ampliação da CPI da Covid. Em outras palavras, o mandatário do país solicita que os governadores e prefeitos também sejam investigados.

Campanha de vacinação contra a gripe

A imunização contra influenza ocorre em paralelo à vacinação contra a Covid-19. O ministério investiu, neste ano, R$ 1,2 bilhão na compra de insumos para aplicar o fármaco.

O imunizante contra a Influenza deve ser tomado no mínimo 14 dias após a vacinação contra a Covid-19. Em nota, a Saúde frisou que uma proteção não substitui a outra, e ressaltou a importância da procura por ambos os fármacos. “Quem tomar a vacina contra a gripe não ficará imune contra o novo coronavírus”, afirmou o ministério.

Neste ano, cada município terá autonomia para decidir qual será Dia D da campanha.

Veja o calendário completo:

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Aglomeração

Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, afirmou que a pasta está em contato com Conass e o Conasems para garantir que não haja risco de contaminação por Covid-19 na campanha contra a gripe.

“Temos quase 50 mil postos de vacinação e 37 mil salas de vacinas. A capacidade organizacional dos nossos municípios é bastante efetiva”, disse o secretário.

Público-alvo

Dividida em três etapas, a campanha vai até o dia 9 de julho. Na primeira fase, que vai de 12 de abril a 10 de maio, o objetivo é vacinar crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde. Segundo o ministério, 25,1 milhões de pessoas compõem esse grupo.
Na segunda etapa, de 11 de maio a 8 de junho, as secretarias de Saúde devem imunizar idosos com 60 anos ou mais e professores. O público desta fase abarca 32,8 milhões de brasileiros.

Na última etapa, de 9 de junho a 9 de julho, a estimativa é vacinar pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e profissionais portuários.

Funcionários das forças de segurança e salvamento, das Forças Armadas, do sistema de privação de liberdade e a população carcerária (incluindo adolescentes em medidas socioeducativas) também serão imunizados na última fase. O público-alvo desta etapa é de 21,7 milhões brasileiros.

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Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, fala sobre a vacinação contra a gripe
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Coletiva sobre a temporada de vacinação contra a gripe no Brasil
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