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Estados criticam governo e não exigirão receita para vacinar crianças

Em carta, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde afirmou que a vacina contra Covid-19 é segura e eficaz

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Na imagem colorida, uma criança está de frentre para uma enfermeira com uma seringa nas mãos
1 de 1 Na imagem colorida, uma criança está de frentre para uma enfermeira com uma seringa nas mãos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou, nesta sexta-feira (24/12), carta de Natal em que rejeita a obrigatoriedade de receita médica para a vacinação de crianças contra a Covid-19.

Na carta, assinada pelo presidente do Conass, Carlos Lula, o grupo afirma que crianças “não precisam ter medo de agulhas”, pois a imunização contra o coronavírus é segura e eficaz.

“Eu sei que ninguém gosta de agulhas, mas vocês não precisam ter medo! Os cientistas do mundo inteiro apontam a segurança e eficácia da vacina para crianças! Ela inclusive já começou a ser aplicada em meninos e meninas de vários países do mundo”, pontuou o conselho.

Em tom irônico, o Conass afirmou que “há quem ache natural” perder a vida das crianças para o coronavírus. Na segunda-feira (20/12), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reafirmou que a vacinação de crianças não é urgente, pois o patamar de mortes infantis “não implica decisões emergenciais”.

Segundo a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI), desde o início da pandemia, 1.449 crianças de 0 a 11 anos morreram de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“Com o Zé Gotinha, já vencemos a poliomielite, o sarampo e mais de 20 doenças imunopreveníveis. Por isso, no lugar de dificultar, a gente procura facilitar a vacinação de todos os brasileirinhos”, ressaltou o Conass.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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Prescrição

Por fim, o conselho rejeitou a obrigação de receita médica para a vacinação contra a Covid. A imunização será liberada a partir do próximo dia 10. A informação foi antecipada ao Metrópoles por uma fonte do Ministério da Saúde.

Por sua vez, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, detalhou, em conversa com jornalistas na quinta-feira (23/12), que será necessária a apresentação de prescrição médica para a imunização. Salientou ainda que crianças com comorbidades serão priorizadas na campanha.

“Quando iniciarmos a vacinação das nossas crianças, avisem aos papais e às mamães: não será necessário nenhum documento de médico recomendando que tomem a vacina”, finalizou o Conass.

Ao Metrópoles fontes ligadas ao Conass afirmaram que a posição do conselho contra a prescrição é clara. “Vacina para doença infectocontagiosa é estratégia de saúde coletiva, não é atividade ambulatorial”, pontuaram membros do conselho.

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