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Estado de sítio: defesa de Bolsonaro diz que texto já era conhecido

PF encontrou no escritório de Bolsonaro, em Brasília, documento que anuncia a decretação de estado de sítio e da garantia da lei e da ordem

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Bolsonaro Foto colorida do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro Foto colorida do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília - Metrópoles - Foto: Breno Esaki/Metrópoles

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alega que o documento encontrado no escritório do ex-chefe do Executivo, na sede do PL em Brasília, já era investigado pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação que envolvia o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A PF encontrou, nesta quinta-feira (8/2), um documento que anuncia a decretação de estado de sítio e operação de garantia da lei e da ordem. Segundo o colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o texto estava no escritório de Bolsonaro, na sede do PL.

Os advogados de Bolsonaro afirmam que as investigações, no ano passado, encontraram possíveis minutas de decretos de Estado de Sítio ou de Operação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no celular de Mauro Cid, durante a prisão preventiva do militar.

Segundo a defesa, Bolsonaro teria solicitado aos seus advogados as tais minutas para que “pudesse tomar conhecimento do material dos referidos arquivos”. Esses documentos teriam sido impressos e permanecidos no escritório do ex-presidente na sede do PL.

“Trata-se, portanto, de documento que já integrava a investigação há tempos e cujo acesso foi dado ao ex-presidente por seu advogado, vez que, repita-se desconhecia, até então, sua existência e conteúdo”, alega a defesa de Bolsonaro.

Os advogados alegam que o ex-presidente só soube das tais minutas em outubro do ano passado. A defesa de Bolsonaro é constituída por Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fábio Wajngarten.

Delação premiada

Em delação à PF, Mauro Cid apontou que Bolsonaro teve participação direta na redação da minuta de decreto de Estado de Sítio e GLO com os comandantes das Forças Armadas, segundo O Globo.

Ainda de acordo com o tenente-coronel, o ex-presidente teria pedido alteração no documento que determinava a prisão de autoridades e a reação de novas eleições no país. A delação de Mauro Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A minuta teria sido entregue por Filipe Martins, ex-assessor da Presidência, ao ex-presidente. O documento apresentava interferências nos poderes Judiciário e Executivo.

Desdobramento

A Polícia Federal deflagrou uma operação, na manhã desta quinta, contra Jair Bolsonaro, ex-ministros e ex-assessores investigados por suposta tentativa de golpe de Estado. Os agentes cumpriram 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva.

Filipe Martins foi preso nesta quinta na casa de sua namorada, em Ponta Grossa, no Paraná.

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