“Está batendo na menininha”: vizinho denunciou agressão a criança que perdeu mãe
Pai e madrasta de menina de 4 anos estão presos depois de trocarem acusações sobre autoria do crime; mãe da criança morreu de Covid este ano
atualizado
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Goiânia – A Polícia Civil de Goiás investiga se um vizinho alertou a família sobre agressões contra criança de 4 anos que está internada com vários ferimentos em Goiânia. O pai e a madrasta da menina estão presos suspeitos de espancá-la. A mãe da menina morreu há quatro meses de Covid-19.
A investigação considera um áudio de ligação em que um vizinho teria dito à mãe, antes de ela morrer, que o casal estaria agredindo a filha. O caso foi denunciado à polícia pelo próprio pai no dia 16 de setembro. Na delegacia, ele atribuiu as agressões à madrasta, que, por sua vez, apontou o homem como autor da violência contra a criança.
Veja fotos de marcas na criança:
“Outra moradora me ligou e falou que a [madrasta] estava batendo naquela menininha. Está batendo e ela dizendo que ‘minha mãe não fazia isso’. Pediu para não bater”, disse o vizinho em ligação para a mãe da menina.
Em outro trecho, o morador critica o pai da criança. “Não sei como é você com sua filha, te vi aquele dia, não te conheço, mas também não concordo com a maneira que acontece. Seu ex, o pai da criança, não é uma pessoa que me inspira confiança”, afirmou.
Escute o áudio:
Prisão
O pai e a madrasta da criança foram presos no mesmo dia em que o caso foi denunciado à polícia, em Aparecida de Goiânia, onde eles moram, na região metropolitana da capital. A criança precisou ser hospitalizada porque estava com ferimentos em várias partes do corpo e até com um braço quebrado.
De acordo com o Conselho Tutelar, que acompanha o caso, a menina precisou passar por uma cirurgia e ainda está internada.
Áudios
A Polícia Civil confirmou que teve acesso aos áudios e que tenta identificar os vizinhos para que sejam ouvidos. O viúvo da mãe da criança, que não quis se identificar, disse ao G1 que as ligações foram recebidas no final do mês de fevereiro, depois de o pai buscar a menina e nunca mais entregá-la à mãe. Desde então, segundo a reportagem, ela lutava na Justiça para conseguir a guarda da filha.
O viúvo contou ainda que, após isso, a mãe da menina procurou várias vezes o Conselho Tutelar do setor Garavelo, mas que não conseguia resolver a situação. Segundo ele, os conselheiros ficavam “jogando ela de um lado para outro e não davam solução ao problema”. Atualmente, o caso é acompanhado pelo conselho tutelar da região da Vila Brasília.
O Metrópoles não obteve retorno do Conselho Tutelar da região do setor Garavelo para saber porque a unidade não teria acompanhado o caso.