Esquema criminoso liderado por delegado lucrou cerca de R$ 1 milhão
Preso nesta quarta-feira (30/6) no Rio de Janeiro, Maurício Demétrio pagou R$ 80 mil em espécie por aluguel de casa de luxo
atualizado
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A quadrilha acusada de exigir propina de comerciantes de Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, lucrou cerca de R$ 1 milhão somente na rua Teresa, de acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Segundo apuração do MPRJ, nessa rua ao menos 40 lojistas pagavam propina para poderem vender roupas falsificadas. Foram três anos de atuação da quadrilha cobrando R$ 250 semanalmente dos comerciantes.
Apontado como líder do esquema, o delegado Maurício Demétrio foi preso nesta quarta-feira (30/6). As investigações mostram que ele pagou R$ 80 mil em dinheiro vivo no aluguel de uma casa de luxo em Mangaratiba.
Em coletiva de imprensa, o promotor Diogo Erthal, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), afirmou que “essa é apenas a ponta do iceberg”.
“Houve um desentendimento dos lojistas e ele subverteu a lógica de investigado a perseguidor. Ficou demonstrado que ele, por meio do WhatsApp, negociou camisas, com o conluio do advogado das marcas. Ele tinha uma vida incompatível com o que ganhava. Foram identificadas algumas manobras”, disse, segundo O Globo.
De acordo com o subcorregedor do Gaeco, Fabiano Cossermelli, só na casa de Demétrio foram encontrados R$ 240 mil em espécie. O delegado, no entanto, afirmou que o dinheiro está declarado. Ele nega as acusações e diz que está “tranquilíssimo”.
“O dinheiro [encontrado] era declarado e tenho heranças. Tudo está declarado. Meus carros estão declarados à corregedoria. Eu estou processando o [promotor] Celso Quintanilha, de Petrópolis, que em uma diligência minha protegeu os pirateiros. Essa é uma retaliação capitaneada pelo Gaeco. A diligência que o Gaeco fala que é retaliação foi dada pelo próprio MP”, acusa o delegado, segundo o Extra.
Os investigadores buscam detectar outras áreas de atuação do grupo. Segundo Erthal, a Polícia Civil foi usada como instrumento de uma organização criminosa. Além do delegado, cinco pessoas foram presas.