Esposa do Cacique Tserere e apoiadores deixam acampamento bolsonarista
Sueli Xavante gravou vídeo dentro de ônibus com indígenas informando que decidiram voltar para Mato Grosso. Tserere segue preso
atualizado
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Indígenas do povo Xavante apoiadores de José Acácio Tserere Xavante, conhecido como Cacique Tserere, deixaram o acampamento bolsonarista no quartel-general do Exército em Brasília na última semana.
Tserere foi preso em 12 de dezembro por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é suspeito de defender o uso da violência, convocando pessoas armadas para impedirem a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A prisão de Tserere gerou protesto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que promoveram uma manifestação violenta em Brasília, com carros e ônibus incendiados, além da tentativa de invadir a sede da Polícia Federal (PF), que prendeu o indígena.
Em vídeo gravado na sexta-feira (23/12), Sueli Xavante, esposa do Cacique Tserere, afirmou que estava voltando para Mato Grosso. A gravação foi feita dentro de um ônibus em que se encontram Sueli e outros indígenas. Todos estavam acampados no QG do Exército em Brasília, defendendo intervenção militar no país.
Veja o vídeo:
“Nós estamos voltando para casa sem ele [Tserere]. Nossa família está triste. Eu, como esposa, meus filhos, todo o povo dele, sobrinhos e irmãos, todos nós estamos tristes. Clamamos e pedimos que ele venha a ser liberado, solto e venha a voltar para a família dele. O Tserere não é nenhum criminoso”, defendeu Sueli, que não explica o motivo do retorno.
Jucilene Rodrigues, esposa do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, publicou o vídeo de Sueli Xavante com emojis de choro. Ela tem usado as redes sociais para defender os acampamentos bolsonaristas.
Prisão
Tserere acabou preso temporariamente, com prazo de soltura de 10 dias. No entanto, a prisão dele foi convertida em preventiva.
Grupos indígenas apoiadores de Bolsonaro vêm realizando protestos em Brasília, pedindo intervenção militar, contra Lula e, agora, pela liberdade de Tserere.
No último domingo (25/12), indígenas invadiram a marquise do presídio do STF, em Brasília, pedindo a liberdade do homem.
Em 2 de dezembro, um grupo de indígenas invadiu o Aeroporto Internacional de Brasília em protesto. Além do povo Xavante, de Mato Grosso, os atos são realizados por indígenas que fazem parte do povo Kaiapó, do sul do Pará.