Esposa de Rivaldo Barbosa movimentou mais de R$ 2,2 mi em dois anos
Rivaldo e mulher aumentaram patrimônio com valor de esquemas ilegais, diz PF. Ex-chefe da Polícia Civil do Rio é suspeito no caso Marielle
atualizado
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Erika Andrade de Almeida Araújo, esposa do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, um dos suspeitos de orquestrar o assassinato da vereadora Marille Franco, movimentou cerca de R$ 2,2 milhões entre 2016 e 2018. O valor é mais de duas vezes maior do que o do faturamento esperado, tendo como base o que foi declarado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
De acordo com relatório da Polícia Federal (PF) e por meio da análise bancária e de Relatórios de Inteligência Financeira do Coaf, foi constatado que a empresa Mais I Consultoria Empresarial Ltda., em nome de Erika Andrade e Rivaldo, que antes declararam ter faturamento mensal de R$ 20 mil, passou a faturar, entre junho de 2016 e junho de 2018, R$ 2.213.757, com movimentação de R$ 1.072.598, a crédito, e de R$ 1.141.159, a débito.
Ainda no relatório, foi apontado que a investigação na conta da empresa teve início devido a “suspeitas de movimentações atípicas e de lavagem de dinheiro”, com o auxílio da empresa Mais I Consultoria Empresarial Ltda., em nome de Erika Andrade e Rivaldo. Também surgiu a necessidade “de maior ampliação e aprofundamento da gama de informações financeiras” do casal.
Erika ainda sacou em espécie a quantia de R$ 760.659,30. “[O valor ] representa quase 70% do total de operações a débito. Foi registrado que Erika sacou o valor de R$ 155.300 e, imediatamente, depositou os recursos na boca do caixa. R$ 564.524.70 foram sacados nos terminais de autoatendimento, e a quantia de R$ 40.834,79 foi sacada na boca do caixa e imediatamente uma conta foi quitada”, apresentou o documento.
Por fim, sobre as suspeitas, o relatório da PF concluiu que, “mais uma vez, a empresa adota uma estratégia não usual e pouco recomendada: a preferência pelos saques em espécie diante das inúmeras outras possibilidades mais seguras e práticas, como a utilização de TED, DOC, transferência entre contas, entre outras.”
De acordo com a PF, “tal prática é comumente utilizada quando se deseja dificultar o rastreamento do dinheiro e, por consequência, realizar a lavagem de capitais, tendo em vista a maior dificuldade imposta na identificação do destino do valor sacado”.