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Esposa de indigenista cobra apuração após relato de corpos encontrados

Informação que chegou à mulher de Dom Phillips é de que os corpos foram localizados. No entanto, autoridades negam essa versão

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram
1 de 1 Região do Vale do Javari, onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Foto: Material cedido ao Metrópoles

A suposta localização de corpos no Vale do Javari, no Amazonas, onde desapareceram o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Araújo Pereira, continua gerando polêmica. A esposa de Bruno, Beatriz Matos, cobrou esclarecimentos sobre a procedência da informação.

A crise começou após o conselheiro da Embaixada do Brasil no Reino Unido, Roberto Doring, ter supostamente informado, nesta segunda-feira (13/6), a familiares de Dom de que corpos foram encontrados. A versão foi desmentida pela Polícia Federal.

“A Polícia Federal tem o compromisso de passar as informações para a família primeiro e para a superintendência de Manaus. Eles confirmaram para a gente que nenhum corpo foi encontrado, conforme nota oficial. É necessário que se apure de onde o embaixador tirou essa informação”, reivindicou, em publicação no Twitter.

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

Divulgação
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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

Adam Mol/Funai/Reprodução
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

Reprodução/Twitter/@andersongtorres
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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

Twitter/Reprodução

De acordo com a esposa de Dom, Alessandra Sampaio, as equipes de buscas teriam localizado os cadáveres dos dois homens.

A informação foi dada por ela ao jornalista André Trigueiro, do canal de notícias GloboNews. Um conselheiro da Embaixada do Brasil em Londres teria confirmado a localização dos corpos.

O jornal britânico The Guardian, onde Dom é colaborador, noticiou que os irmãos dele também foram informados da descoberta de dois corpos “amarrados a uma árvore em floresta remota”.

A Polícia Federal e a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) negam que os corpos tenham sido encontrados, e mantêm a versão de que eles permanecem desaparecidos, e que as buscas continuam.

Bolsonaro comenta

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta segunda-feira (13/6), que os indícios levam a crer que foi feita “alguma maldade” com a dupla.

“Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontradas, boiando no rio, vísceras humanas, que já estão aqui em Brasília para fazer o DNA. E pelo prazo, pelo tempo, já temos hoje oito dias, indo para o nono dia que isso tudo aconteceu. Vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Eu peço a Deus que isso aconteça, que os encontremos com vida, mas os informes, os indícios levam para o contrário no momento”, disse Bolsonaro em entrevista à CBN Recife.

Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a ação “extremamente lenta” do governo brasileiro e cobrou que as autoridades “redobrem esforços” nas operações de busca.

O desaparecimento

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar entrevistas com os habitantes daquela região.

De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. A dupla foi vista pela última vez no dia 5 de junho.

Ao todo, segundo a Polícia Federal, 250 agentes e dois aviões atuam nas buscas. A Justiça Federal já havia determinado que o governo acionasse helicópteros, embarcações e equipes de buscas da Polícia Federal, das forças de segurança ou das Forças Armadas, para intensificar o rastreio dos desaparecidos.

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