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Esposa de Dom Phillips diz não ter esperança de encontrar marido vivo

Alessandra Sampaio afirma que falou com o jornalista pela última vez na quinta-feira (2/6) e que quer ao menos encontrar seu corpo

atualizado

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Alessandra Sampaio, mulher de Dom Phillips
1 de 1 Alessandra Sampaio, mulher de Dom Phillips - Foto: Reprodução

Alessandra Sampaio, esposa do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecido na Terra Indígena Vale do Javari (AM) junto com o indigenista Bruno Araújo Pereira, afirmou em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (8/6) que não acredita que encontrará seu marido ainda vivo.

“É uma angústia de não saber o que ele está passando. Eu realmente não acho mais que ele e nem o Bruno… e eu estou tentando levar isso da melhor forma, porque acho que ele iria querer que eu fosse forte em uma situação dessa”, diz Alessandra.

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), os dois profissionais desaparecidos se deslocavam com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar algumas entrevistas com os habitantes daquela região.

De acordo com relatos, o desaparecimento ocorreu durante o trajeto da comunidade Ribeirinha São Rafael à cidade de Atalaia do Norte. O último contato de Alessandra com o marido foi na quinta-feira (2/6).

“Quando ele fazia esse tipo de viagem, tinha uma organização prévia muito detalhada. Ele me passava absolutamente todo o roteiro, todos os contatos”, conta. Dom tinha prometido ligar para a esposa até segunda, mas o contato nunca aconteceu.

Alessandra relata que o casal sabia que o trabalho era arriscado, mas que seu marido nunca recebeu ameaças diretas.

“Queria encontrar pelo menos o corpo dele para poder finalizar essa história de horror e passar para uma outra etapa. Essa angústia de não saber se estão implorando por ajuda é uma tortura, é muito difícil”, ressaltou.

 

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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados
Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros
Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno
O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso
A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru
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Arquivo pessoal
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Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados

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Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros

Divulgação/Funai
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Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno

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O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso

Erlon Rodrigues/PC-AM
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A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru

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Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína

Adam Mol/Funai/Reprodução
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Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”

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Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa

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PF já apreendeu dois pescadores suspeitos de participar no desaparecimento

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Governo afirmou que faz buscas em meio aéreo, marítimo e terrestre

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No dia seguinte, a Univaja emitiu comunicado informando, oficialmente, o sumiço dos homens. Em seguida, equipes da Marinha, Polícia Federal, Ministério Público Federal e do Exército foram mobilizadas e deram início a uma operação de busca

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Dom Phillips é um jornalista colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e mora em Salvador.

Phillips está trabalhando em um livro sobre meio ambiente, com apoio da Fundação Alicia Patterson.

Além do The Guardian, Phillips já publicou trabalhos em outros veículos, como Financial Times, The New York Times e The Washington Post, e em agências internacionais de notícias.

PF não descarta homicídio

O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Eduardo Alexandre Fontes, disse que não descarta nenhuma linha de investigação, inclusive a hipótese de homicídio, no caso do desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.

A corporação, em entrevista coletiva transmitida ao vivo de Manaus, nesta quarta-feira (8/6), afirmou que as buscas continuam. “Estamos buscando saber se houve algum crime nesse desaparecimento”, frisou Fontes.

Ao todo, segundo a Polícia Federal, 250 agentes e dois aviões atuam nas buscas. Bruno Pereira e Dom Phillips sumiram no domingo (5/6).

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, general Carlos Alberto Mansur, afirmou que cinco testemunhas e um suspeito foram ouvidos. “Intensificamos o policiamento na cidade. Estamos abordando as pessoas”, frisou.

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