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Espírito Santo tem queda em registro de doadores de medula óssea

De janeiro até agosto apenas 1.730 pessoas se cadastram como voluntários; o número é o menor desde 2019

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Doação de sangue sangue doado
1 de 1 Doação de sangue sangue doado - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O banco nacional de doadores é o terceiro maior do mundo, com 5,5 milhões de pessoas cadastradas. Apesar do registro brasileiro ter sido o que mais cresceu nos últimos dez anos, o número de potenciais doadores no Espírito Santo têm caído. Em 2019, foram 11.512, enquanto que, neste ano, apenas 1.730 pessoas se registraram como novos doadores.

Para incentivar o cadastramento e a doação, o estado criou a campanha Agosto Vermelho. Atualmente, a busca por doadores para pacientes brasileiros é feita no país e no exterior. Os bancos internacionais também acessam os dados de doadores a partir destes sistemas especializados.

A medula óssea é um tecido líquido encontrado no interior dos ossos, e produzem os componentes do sangue; as hemácias, plaquetas e os leucócitos. No entanto, conseguir uma medula compatível pode ser um dificuldade.

De acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), a chance de encontrar um doador compatível entre a família é de 25%. Caso não tenha compatibilidade, a solução é recorrer ao banco de doações. Já a chance de identificar uma pessoa que possa fazer a doação, na fase preliminar, é de 88%. No final do processo, 64% dos pacientes têm um doador confirmado.

Alegria em ajudar

Após ser impedida de doar sangue no Centro Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), por tomar uma medicação de uso recorrente, a publicitária, Flavia Bicalho decidiu virar doadora de medula e ajudou a salvar a vida de uma menina de 12 anos.

A decisão de virar doar veio após um segurança do Hemoes sugerir que a publicitária fosse se cadastrar para se tornar uma possível doadora. Um ano depois, Flavia foi chamada para fazer a doação.

” O procedimento foi muito tranquilo, não senti dor alguma. Fiz lá em Belo Horizonte. Fiquei apenas três dias no hospital. No dia em que tive alta, fui até passear pela cidade”, contou.

Depois de poder ajudar, a felicidade da publicitária aumentou, pois pode ter notícias sobre a receptora, Luana de Oliveira. A doação ocorreu em 2016, e apenas um ano depois, Flavia pode conhecer a menina.

“Fui conhecer a família dela no Pará e ela também veio me visitar. Até comemoramos juntas aqui o aniversário de 15 anos dela”, lembrou.

Luana foi diagnosticada com leucemia. Assim como ela, a causa da produção anormal de células sanguíneas é normalmente gerado por algum tipo de câncer no sangue. Os pacientes diagnosticados com a doença precisam de transplante de medula óssea.  O tratamento é indicado para cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias.

Cadastro do candidato

Segundo a Secretária de Saúde do Espírito Santo (Sesa), para se tornar um possível doador é preciso primeiro se cadastrar no sistema. Para isto, é preciso portar um documento oficial com foto e não há necessidade de agendamento prévio. O doador também não precisa estar de jejum e não precisa interromper o uso de nenhuma medicação.

O candidato também precisa ter entre 18 a 34 anos, 11 meses e 29 dias; ter uma boa saúde e não apresentar doenças infecciosas ou autoimunes. Após o cadastro, o voluntário vai ser encaminhado para coleta de sangue para fazer o teste de compatibilidade. Caso a pessoa mude de endereço, telefone e e-mail, não é possível atualizar o cadastro no sistema.

Além disso, o doador também terá que assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que conste o nome e o número de registro do Redome. A Carteira Nacional De Doador de Medula Óssea é enviada por e-mail, em até 90 dias.

Além disso, se o voluntário precisar viajar para fazer a doação, todas as despesas da viagem serão pagas pelo Ministério da Saúde, por meio da Sesa. Em caso de não compatibilidade, o Hemoes não expede laudo ou resultado.

Procedimento

O procedimento para a doação pode ser realizada de duas formas. A primeira é feita em centro cirúrgica, sob anestesia peridural ou geral, e requer 24 horas de internação. A medula é retirada do interior da bacia e a intervenção leva em torno de 90 minutos. Nos primeiros três dias é possível sentir desconforto no local.

Normalmente, os doadores retornam às atividades habituais após uma semana. A medula óssea se recompõe em 15 dias.

A segunda maneira de realizar o procedimento por coleta de aférese, que é semelhante à coleta de sangue. Neste caso, o doador precisa tomar uma medicação por cinco dias para aumentar o número de células-tronco no sangue. Em seguida, a pessoa faz a doação por meio de uma máquina de aférese, que colhe o sangue, separa as células-tronco e devolve os outros elementos não necessários. Não há necessidade de internação e anestesia.

Os médicos assistentes definem qual dos métodos será realizado no paciente e no doador. De acordo com o Sesa, os transplantes são realizados no Hospital Santa Rita. No Espírito Santo, ainda não são realizados transplantes de doador não aparentado.

É possível se cadastrar como doador no Hemoes, na Unidade de Coleta à Distância da Serra e Hemocentro de Linhares, Hemocentro Regional de Colatina e no Hemocentro Regional de São Mateus.

Com informações do site da Assembleia Legislativa do Espírito Santo

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