Espião russo usou nome de “mãe” brasileira que já morreu e nunca teve filhos
Gerhard Wittich é apontado como um dos três espiões russos que teriam forjado documentos e se passado por brasileiros
atualizado
Compartilhar notícia
O russo Gerhard Daniel Campos Wittich (foto em destaque), que teria se passado por brasileiro e falsificado documentos, usou o nome de uma mulher que nunca teve filhos em sua certidão de nascimento. O registro aponta que ela seria, supostamente, sua genitora.
Wittich é apontado como um dos três espiões russos que teriam forjado documentos e se passado por brasileiros.
Nesta sexta-feira (7/4), o jornal Folha de S. Paulo mostrou que dados do 4º Registro Civil de Pessoas Naturais do Rio de Janeiro apontam que Wittich seria filho de uma mulher chamada Fátima Regina Campos Monteiro.
A mulher, no entanto, nunca teve filhos. É o que alega Carlos Monteiro, de 59 anos, irmão de Fátima. Segundo Monteiro, ela faleceu em 2002.
Dados do cartório mostram que Gerhard seria filho de um austríaco, chamado Gregor Wittich, e de Fátima. Ele teria sido registrado em 1986. Na sua certidão de nascimento, no entanto, não há nenhum número de documentos da mulher e de Gregor.
O caso é investigado pela Polícia Federal. À Folha de S. Paulo Carlos Monteiro explicou que foi procurado pelas autoridades para pedir informações sobre Gerhard, já que Fátima aparece como mãe do russo na documentação. Ele afirmou aos agentes que a irmã nunca teve filhos.
Entenda o caso
Nesta semana, o jornal britânico The Guardian revelou o terceiro caso de agentes russos que supostamente teriam se passado por brasileiros. Gerhard Daniel Wittich é um deles. Ele viveu no Rio de Janeiro por cinco anos.
O russo montou uma empresa no ramo de impressoras 3D e chegou a vender cerca de R$ 26 mil em produtos para órgãos federais, como a Marinha.
Em janeiro deste ano, ele disse que viajaria à Malásia para fazer um curso. No entanto, perdeu contato com amigos e com uma namorada brasileira, que registrou seu desaparecimento nas autoridades policiais e no Palácio do Itamaraty.
O homem foi localizado e detido em Atenas, na Grécia, com uma mulher que seria sua verdadeira esposa, a russa Irina Romanova. Ela também seria espiã e utilizava um passaporte mexicano com o nome Maria Tsalla.
O que dizem as autoridades
O Metrópoles procurou o Itamaraty, o consulado russo no Brasil e o Ministério da Defesa para prestar esclarecimentos sobre o assunto, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. A reportagem também aguarda um posicionamento da Polícia Federal sobre o assunto.