metropoles.com

Escrivã encontrada morta em MG denunciou pressão psicológica e assédio

Escrivã Rafaela Drummond teria feito denúncias de assédio e pressão psicológica no sindicato. Ela foi encontrada sem vida na sexta (9/6)

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/Redes Sociais
rafaela drummond escrivã morta denunciou assédio MG
1 de 1 rafaela drummond escrivã morta denunciou assédio MG - Foto: Reprodução/Redes Sociais

A escrivã da Polícia Civil de Minas Gerais Rafaela Drummond, encontrada sem vida na cidade de Antônio Carlos (MG), no último fim de semana, enfrentava diversas situações de assédio moral e sexual, além de pressão psicológica por causa da sobrecarga no trabalho. A corporação informou, na segunda-feira (12/6), que abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte.

Os pais de Rafaela encontraram a policial de 31 anos morta na última sexta-feira (9/6). O caso foi registrado como suicídio. A PCMG abriu inquérito após o vazamento de áudios em que a vítima detalha situações de violência psicológica e perseguição dentro da instituição.

2 imagens
Rafaela Drumond, escrivã mineira encontrada morta
1 de 2

Rafaela Drumond chegou a denunciar assédio e pressão psicológica

Reprodução/Redes sociais
2 de 2

Rafaela Drumond, escrivã mineira encontrada morta

Reprodução/Redes sociais

O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) confirmou ao Metrópoles ter sido procurado por Rafaela na última semana, no entanto, não revelou o teor dos relatos. Segundo familiares, ela teria pedido transferência em razão das condições no trabalho.

O Sindep informou ainda que recebeu outras denúncias e que programou visita técnica à regional. Contudo, não houve tempo hábil para intervenção antes da morte da jovem. A organização alega que entrou em contato com as autoridades para cobrar providências cabíveis, e pontuou que a morte da escrivã “não é um caso isolado”.

“Ainda no sábado [10/6] entramos em contato com a chefe de Polícia e falamos da necessidade de investigar o caso. Temos informações de que há outros colegas adoecidos naquela unidade”, assinalou o sindicato.

“Não estava normal”

O pai de Rafaela, Aldair Divino Drumond, afirmou que reparou mudanças no comportamento da filha. Entretanto, ele e a esposa acreditaram que se tratava de tensão por causa dos estudos para prova de um concurso para o cargo de delegada.

O último contato que tiveram com a jovem foi na terça-feira da semana passada (6/6), três dias antes da tragédia. No entanto, de acordo com Aldair, “há três meses a filha não estava no estado normal”.

“Fiquei perdido, não entendi o que aconteceu com a minha filha. Uma menina cheia de vida, com emprego e tudo e, de repente, dá essa tragédia. Fui em outro mundo e voltei. Enterrei ela no sábado, no domingo a gente ficou vagando e na segunda saiu essa notícia que aconteceu no trabalho dela. Quero que seja elucidado esse caso”, disse, em entrevista à TV Integração.

A notícia de que a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar a morte “acalenta um pouco a família”, segundo o pai. Ele diz ter sido chamado à delegacia de Barbacena para uma conversa com a chefe das escrivãs do estado, uma assistente social e uma psicóloga da Polícia Civil, sobre a abertura das investigações.

“Pelo menos me conforta que o caso da minha filha vai ser elucidado. Eu acredito no trabalho da Polícia Civil, órgão ao qual a minha filha pertencia e tinha sonho de continuar lá”, concluiu.

Busque ajuda

O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos ou tentativas de suicídio que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social, porque esse é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para o ato não ser estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida – problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode ajudar você. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas, todos os dias.”

Arte/Metrópoles

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?