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Escritório do Crime: Justiça decreta prisão da viúva do ex-PM Adriano

Julia Lotufo foi um dos principais alvos da Operação Gárgula, deflagrada nesta segunda-feira (22/3), mas não foi encontrada

atualizado

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Rio de Janeiro – A  1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro recebeu a denúncia e decretou, nesta segunda-feira (22/3), a prisão preventiva de Julia Emilia Mello Lotufo (foto de destaque), viúva do miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, assassinado na Bahia, no ano passado.

Além dela, também tiveram prisão decretada o soldado da Polícia Militar Rodrigo Bitencourt Pereira do Rego, o sargento da PM Luiz Carlos Felipe Martin e Daniel Haddad Bittencourt Fernandes Leal.

Luiz Carlos Martins, conhecido como Orelha, foi morto em tiroteio no último sábado (20/3). De acordo com a investigação, eles integram a milícia que era chefiada pelo capitão Adriano e foram denunciados por organização criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.

Na manhã desta segunda, o Ministério Público do Rio deflagrou a Operação Gárgula contra os acusados de lavagem de dinheiro e movimentação de recursos ilícitos de Adriano. Ele teria feito parte do Escritório do Crime, grupo de matadores.

Julia Lotufo foi um dos principais alvos dessa operação.

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Polícia da Bahia fez reconstituição da morte de capitão Adriano
Carro apreendido nesta segunda (22/3), durante Operação Gárgula
Dinheiro apreendido nesta segunda (22/3), durante Operação Gárgula
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Polícia da Bahia fez reconstituição da morte de Adriano

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Polícia da Bahia fez reconstituição da morte de capitão Adriano

REPRODUÇÃO
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Carro apreendido nesta segunda (22/3), durante Operação Gárgula

Divulgação/MPRJ
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Dinheiro apreendido nesta segunda (22/3), durante Operação Gárgula

Além dos quatros, outras cinco pessoas também foram denunciadas: Jefferson Renato Candido da Conceição, Carolina Mandin Nicolau, Carla Chaves Fontan, David de Mello Lotufo e Lucas Mello foram proibidos de sair do Rio e têm que  comparecer ao juízo bimestralmente.

“Os elementos de informação produzidos até então conferem indícios da prática dos ilícitos objeto da denúncia, em especial, da prática do delito de ‘lavagem’ de ativo, seus crimes antecedentes e outros correlatos que foram objeto de denúncia (associação criminosa e usura pecuniária, conforme acima exposto”, destaca trecho da decisão.

O grupo usava duas empresas de fachada para ocultar bens e lavar o dinheiro ilegal. A Cred Tech Negócios Financeiros, que tinha como sócios Rodrigo Bittencourt e Carolina Mandim, concedia empréstimos com juros extorsivos. Mais de R$ 3 milhões foram movimentados pela empresa, segundo o MP.

A outra pessoa jurídica utilizada no esquema, de acordo com o MP, era a Lucho Comércio de Bebidas, que tinha como sócios Rodrigo Bitencourt e Carla Chaves Fontam.

Após a morte de Adriano, a titularidade da empresa foi repassada à David de Mello Lotufo e Lucas Mello Lotufo, irmãos de Julia Lotufo. Daniel Haddad administrava parte dos recursos investidos na sociedade.

Mulher administrava negócios

De acordo com a denúncia, o controle financeiro da lavagem de dinheiro era feito por Julia Lotufo, que administrava o patrimônio ilícito de Adriano. Ela prestava contas a Rodrigo Bittencourt sobre os empréstimos concedidos pela Cred Tech.

Segundo a investigação, Adriano manteve contato com Bittencourt mesmo estando foragido na Bahia, sendo um dos poucos números salvos em um dos 11 celulares de Adriano apreendidos.

“Destaque-se que grande parte dos crimes atribuídos aos acusados foram cometidos no longo período em que Adriano Magalhães da Nóbrega encontrava-se foragido da Justiça. Importante consignar que a situação de foragido daquele pode ser considerada como um dos ambientes propiciadores de uma atuação criminosa mais intensa dos acusados. Daí se denota um comportamento dos acusados de enfrentamento da Justiça Criminal e de posicionamento reiterado à margem da lei.”, diz outro trecho da decisão.

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