Escritório de Salles fez operação milionária após ele assumir pasta
Coaf registrou movimentação de R$ 1,799 milhão. Salles é alvo da operação Akuanduba
atualizado
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) diz que o escritório de advocacia de Ricardo Salles fez uma operação financeira suspeita de R$ 1,799 milhão após ele assumir o cargo de ministro do Meio Ambiente. A defesa de Salles nega.
De acordo com o relatório do Coaf obtido pelo jornal O Globo, a transação destoa do “perfil histórico de operações” e teria acontecido entre outubro de 2019 e abril de 2020.
A movimentação seria “incompatível com o patrimônio” do escritório de Salles, segundo o relatório, já que o faturamento médio anual da banca é de R$ 350 mil. A operação, no entanto, não foi a única que chamou atenção, já que o Coaf identificou outras transações supetiores à receita do escritório.
Investigação da PF
O relatório faz parte da Operação Akuanduba, deflagrada na última quarta-feira (19/5) com a autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que investiga crimes contra a administração pública. Na semana passada, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços de Salles.
O presidente do Ibama e outros nove agentes públicos foram afastados do cargo. Além de Salles e Bim, outros 16 servidores do Ibama e do ministério foram alvos da ação.
O inquérito que baseou a operação Akuanduba corre em Brasília e é comandado pelo delegado Franco Perazzoni, da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e o Patrimônio Histórico (Delemaph).
Conforme o Metrópoles revelou, horas após ser alvo de operação da Polícia Federal, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reuniu-se, no Palácio do Planalto, com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Justiça, Anderson Torres, a quem a corporação é vinculada.