Escritora Cleonice Berardinelli, membro da ABL, morre aos 106 anos
Escritora era considerada referência em estudos da língua portuguesa e a integrante atual mais longeva da Academia Brasileira de Letras
atualizado
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Ocupante da cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras (ABL), a escritora Cleonice Berardinelli morreu nessa terça-feira (31/1), aos 106 anos, em decorrência de insuficiência respiratória. Ela estava internada no Hospital Samaritano do Rio, em Botafogo.
Dona Cleo, como ficou conhecida, era considerada uma das maiores referências para estudos da língua portuguesa – especialmente na obra de Fernando Pessoa, sendo a primeira brasileira a escrever uma tese sobre ele. Ela foi eleita para ABL em 16 de dezembro de 2009, na sucessão de Antônio Olinto, e era a integrante atual mais longeva da academia.
Cleonice Serôa da Motta Berardinelli nasceu no Rio de Janeiro em 28 de agosto de 1916 e morou no Rio e em São Paulo.
Licenciada em Letras Neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1938), Berardinelli era doutora em Letras Clássicas e Vernáculas pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil (1959) e livre-docente de Literatura Portuguesa por concurso pela Faculdade Nacional de Filosofia (1959).
Por mais de 50 anos, Dona Cleo foi professora emérita da UFRJ e PUC-Rio e também deu aulas na Universidade Católica de Petrópolis, Instituto Rio Branco e foi professora convidada pelas Universidades da Califórnia, campus Sta. Barbara (1985) e de Lisboa (1987 e 1989).
Em 2016, no centenário da escritora, foi lançado o livro “Genuína fazendeira: os frutíferos 100 anos de Cleonice Berardinelli”, que contou com textos de artistas como Maria Bethânia e Adriana Calcanhotto.
O velório da Cleonice Berardinelli será realizado na Academia Brasileira de Letras, nesta quinta (2). No dia 2 de março, será realizada sessão solene da saudade, em homenagem a Dona Cleo e à escritora Nélida Piñon, morta em dezembro de 2022.