Escolas do município do Rio não estão preparadas para a volta às aulas, diz sindicato
Entidade vai debater falhas no protocolo sanitário de retomada das atividades presenciais neste sábado (30/1)
atualizado
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Rio de Janeiro – O protocolo sanitário estabelecido pela Prefeitura do Rio para a retomada das aulas presenciais, previstas para o dia 24 de fevereiro, não garante a segurança necessária para que alunos e professores retomem duas atividades, em especial os estudantes com deficiências. De acordo com o primeiro item do documento, produzido pelas secretaria de Educação e de Saúde, apenas aqueles diagnosticados com Síndrome de Down estão listados entre os casos em que não é aconselhável o retorno às aulas.
“Há estudantes, por exemplo, com paralisia cerebral, que têm mais necessidades de atenção e de cuidados que exigem o contato físico e a proximidade com um adulto e isso coloca em risco tanto o estudante quanto os profissionais da escola, além dos familiares. É preciso que se entenda que tem alunos que não conseguem passar por todas as etapas dos serviços a de saúde para obter o laudo de um diagnóstico definitivo, e isso é um complicador também. A volta às aulas sem regras para este público é, no mínimo, irresponsável”, avalia Maria Joselma Brito, representante do Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe).
Procurada pelo Metrópoles, a Prefeitura do Rio informou que “os alunos da Educação Especial seguirão os mesmos protocolos sanitários estabelecidos para os demais”.
A situação, segundo o sindicato, se agrava quando são observadas questão ainda mais graves, como a falta de infraestrutura de mais de 200 unidades escolares. Na última quarta-feira (27/1), Renan Ferreirinha, secretário de Educação, citou apenas 44 unidades que não devem reabrir antes de receberem obras de adequação.
“Mas não são apenas 44. Temos um levantamento que aponta mais de 200 escolas em péssimas condições. Seja pela falta de limpeza, seja pela infraestrutura danificada ou por questões que divergem do próprio protocolo, como as unidades em que as janelas não abrem ou simplesmente não existem. Não é possível o retorno desta forma”, completou Joselma.
A situação está sendo debatida com o secretário de Educação e será apresentada aos profissionais de educação durante assembleia que será realizada neste sábado (30/1), quando a categoria decidirá pelo retorno ou não às aulas.
Sobre a falta de limpeza e de profissionais para garantir a sanitização das unidades escolares, a Prefeitura informou, por meio de nota ao Metrópoles, que o contrato dos terceirizados chegou ao fim em dezembro. “A Comlurb assumiu a limpeza de parte das unidades escolares. A SME está providenciando a contratação de empresas de limpeza também para a realização do serviço”.