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Escola retira material contra racismo de mural após fala de deputado

Atividades, que também falavam de LGBTfobia, foram criticadas por Douglas Garcia na Alesp. Seduc afirma que Enem motivou retirada

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Mural em escola estadual de Salto de Pirapora, interior de SP
1 de 1 Mural em escola estadual de Salto de Pirapora, interior de SP - Foto: Reprodução/Twitter

Atividades de alunos sobre racismo e movimento LGBTQIA+ foram retiradas de um mural na Escola Estadual Afonso Vergueiro, no município Salto de Pirapora, a cerca de 120 quilômetros de São Paulo, dias após o deputado estadual Douglas Garcia (PTB) dizer que entraria com um processo administrativo disciplinar contra a unidade. O parlamentar criticou o material em discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 23 de novembro.

Na ocasião, o político afirmou que os exercícios foram promovidos por “militantes desgraçados” que querem realizar uma “doutrinação marxista”. Em imagens divulgadas por ele, é possível ver desenhos com mensagens contra o racismo e a homofobia e a favor da igualdade.

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Deputado Douglas Garcia (PTB) disse que entraria com processo administrativo disciplinar contra a unidade
Parlamentar divulgou informações no Twitter
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Mural com atividades contra racismo e LGBTfobia em Salto de Pirapora (SP)

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Deputado Douglas Garcia (PTB) disse que entraria com processo administrativo disciplinar contra a unidade

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Parlamentar divulgou informações no Twitter

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“É um menu completo, tem de tudo que vocês podem imaginar para a doutrinação marxista em uma escola estadual, que tem crianças de Ensino Fundamental. […] Pelo amor de Deus! […] Isso aqui não foi parar lá por acaso, sempre tem, infelizmente, um doutrinador por trás incentivando as crianças”, disse o deputado na Alesp.

No Twitter, Garcia divulgou o vídeo do discurso e chamou professores “militantes de esquerda” de “trupe comunista de degenerados”.


“Nossas crianças estão terminando o ensino fundamental sem saber ler, sem saber escrever, resolver uma equação, com essa porcaria de método Paulo Freire, que é um câncer pra educação paulista. É isso que as crianças precisam aprender na sala de aula? É sobre feminismo? Sobre a questão racial? Sobre a questão LGBT não sei das quantas? É sobre ambientalismo? Não! Precisam aprender português, matemática, biologia”, continuou o parlamentar no discurso.

E completou: “É isso que vai garantir para essas crianças um futuro adequado e melhor. Mas esse bando de doentes que hoje estão administrando o meio estudantil não se importam com isso. Militantes desgraçados, saiam da gestão das crianças nas nossas escolas”.

Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP) informou que o material foi retirado devido à realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no domingo (28/11).

“O material didático seguido pela pasta incentiva o respeito às diferenças, promovendo a conscientização e discussão de diversos temas para que haja respeito mútuo entre a comunidade escolar. O tema abordado no mural divulgado era ‘os diferentes tipos de manifestações que ocorrem ao longo das décadas’. A Diretoria Regional de Ensino de Votorantim ressalta que as atividades expostas nos murais da unidade citada pela reportagem são trocadas de acordo com as pautas trabalhadas semanalmente em sala de aula com os estudantes. No último final de semana, a escola sediou o Enem, que tem como protocolo remover qualquer tipo de material produzido por alunos e, por isso, foi retirado”, explicou a pasta.

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