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Ernesto Araújo diz que Bolsonaro reproduz “desinformação russa”

Ex-chanceler criticou a suposta “neutralidade” brasileira e destacou que governo demonstra clara preferência pela Rússia

atualizado

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Ernesto Araújo ministro do Itamaraty no governo bolsonaro pede demissão
1 de 1 Ernesto Araújo ministro do Itamaraty no governo bolsonaro pede demissão - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo criticou a suposta “neutralidade” do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o chefe de Estado brasileiro está reproduzindo a “desinformação russa” em seus discursos sobre a invasão da Ucrânia.

“A Rússia está plantando, obviamente, desinformação no ocidente para desviar a atenção do fato central, que é uma agressão da Rússia à Ucrânia, naquilo que é claramente uma guerra de conquista”, afirmou Araújo, em vídeo publicado nas redes sociais, na terça-feira (1°/3). “O presidente está reproduzindo e validando desinformação russa”, acrescentou.

O ex-chanceler criticou não apenas as declarações de Bolsonaro, as quais sinalizam uma preferência pela Rússia, como também as ações empreendidas pelo governo brasileiro.

“Me parece que a posição correta do Brasil, compatível com nossos valores morais e interesses materiais, seria um apoio à Ucrânia, junto com as grandes democracias ocidentais”, disse.

Araújo também criticou a forma com a qual Bolsonaro se referiu ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que era comediante antes de ser eleito.

No último domingo (27/2), o presidente brasileiro afirmou que o povo ucraniano entregou “o destino deles na mão de um comediante”. “Isso é pura propagando russa. [Esse discurso] tem sido disseminado com a tentativa de descrédito” para tirar Zelensky do poder.

“Expressar esse tipo de demérito e com a relação de amizade que com Putin, isso é obviamente uma preferência pela Rússia. A disparidade de comentários que o presidente [Bolsonaro] fez sobre Putin e Zelensky é imensa. Não há qualquer neutralidade nesses comentários”, declarou. “Ele [Bolsonaro] parece reconhecer apenas a legitimidade dos pleitos russos”, agregou.

Araújo deixou o cargo de ministro das Relações Exteriores em março de 2021. Olavista, o ex-chanceler sempre teve ideias e discursos alinhados ao do presidente Bolsonaro.

Guerra da Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia na última quinta-feira (24/2), em meio a uma possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possível adesão como uma ameaça à sua segurança.

Contudo, como justificativa, Putin ordenou a ocupação das regiões separatistas de Donbass, no leste ucraniano. Em pronunciamento, o líder russo fez ameaças e disse que quem tentar interferir no conflito sofrerá consequências nunca vistas na história.

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A população passou a usar estações de metrô para se proteger
Blindado militar russo se move ao longo da rua, em direção a Kherson, Ucrânia
Separatistas pró-Rússia ajudam nos ataques contra a Ucrânia
Militares russos na Crimeia
Cidadãos ucranianos fugiram da guerra por meio de trens
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Separatistas pró-russos, em uniformes sem insígnias, reúnem-se no assentamento controlado pelos separatistas de Mykolaivka (Nikolaevka) e Bugas, na região de Donetsk (DPR) da Ucrânia, em 1º de março de 2022

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A população passou a usar estações de metrô para se proteger

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Blindado militar russo se move ao longo da rua, em direção a Kherson, Ucrânia

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Separatistas pró-Rússia ajudam nos ataques contra a Ucrânia

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Militares russos na Crimeia

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Cidadãos ucranianos fugiram da guerra por meio de trens

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Após prédios destruídos em Kharkiv, russos dizem ter tomado Kherson

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O mundo acompanha, com atenção, os desdobramentos do conflito. O papa Francisco pede paz

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Funeral do sargento Ilnur Sibgatullin, morto durante operação militar especial na Ucrânia, na Victory Monument Square

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Enquanto os ataques russos continuam, civis se abrigam no metrô de Kiev, Ucrânia, em 2 de março de 2022

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Blindado russo

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Soldados são vistos em torno de pilhas de areia usadas para bloquear uma estrada na capital ucraniana, Kiev, em meio a ataques russos em 2 de março de 2022

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Blindado militar na Crimeia, Rússia

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Hoje o conflito chega ao sétimo dia. Russos sitiaram Kiev e tentam tomar o poder. Hospitais, orfanatos, prédios residenciais, além de escolas e creches, já foram alvos de bombardeios na Ucrânia. Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana e próxima à fronteira com a Rússia, também se tornou alvo.

Diversos países europeus anunciaram o envio de ajuda estrutural de armas e dinheiro para a Ucrânia, que resiste. Belarus, uma das maiores aliadas da Rússia, entrou no foco da comunidade internacional. O país teria feito ataques à Ucrânia e cedido a fronteira para a invasão russa.

A batalha chegou à cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao Tribunal Penal Internacional, em Haia.

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