“Envergonhado”, diz médico indiciado após vídeo de homem acorrentado
Em vídeo publicado na internet nesta sexta-feira (25/3), médico goiano que fez piada com a escravidão diz que chegou ao “fundo do poço”
atualizado
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Goiânia – Após ser indiciado por prática e incitação de preconceito racial por publicar na internet o vídeo de um trabalhador negro acorrentado, o médico goiano Márcio Antônio Souza Júnior, conhecido como Doutor Marcim, de 38 anos, publicou um novo vídeo nas redes sociais, no qual ele pede desculpas pelo ocorrido.
Nessa nova filmagem, de 1 minuto e 19 segundos, ele se diz envergonhado pela situação e afirma que chegou ao “fundo do poço”, com a repercussão de algo que ele acreditava ser apenas uma brincadeira.
Em fevereiro, Márcio filmou um funcionário da fazenda dele acorrentado com grilhões que remetem ao período da escravidão e disse:
“Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”.
Veja o vídeo de desculpas:
O médico, nascido e criado na cidade de Goiás, antiga capital do estado, afirma que entende, hoje, que a brincadeira foi “sem graças, idiota, irresponsável e muito infeliz”. Ele diz, ainda, que jamais deveria ter sido feita e que compreende que “ofendeu, ofende e sempre ofenderá milhões de brasileiros”.
O vídeo do homem acorrentado foi publicado por ele em seu perfil do Instagram e apagado, em seguida, após grande repercussão. O caso, apesar de o trabalhador não ter formalizado a ocorrência, virou alvo de inquérito da Polícia Civil de Goiás (PCGO).
Veja o vídeo:
Investigado pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), Márcio foi indiciado no dia 14/3.
O delegado responsável pelo caso entendeu que houve crime de prática, incitação ou induzimento de preconceito ou discriminação de raça, etnia ou cor. O inquérito foi remetido ao Judiciário.