Envenenados: polícia do Rio vai investigar médica por falso testemunho
De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, titular da 13ª DP (Realengo), médica não fez comunicações devidas em caso de morte suspeita
atualizado
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Rio de Janeiro – A médica que atendeu Fernanda Cabral (na foto à direita), de 22 anos, morta após ser envenenada pela madrasta Cíntia Mariano Dias Cabral, será investigada pela Polícia Civil do Rio.
De acordo com o delegado Flávio Rodrigues, titular da 33ª DP (Realengo), Maria Cecília Gonçalves Rodrigues pode responder por falso testemunho. Segundo a polícia, a profissional não encaminhou o corpo da estudante para perícia no Instituto Médico Legal (IML), apesar da morte suspeita.
“O dever legal e profissional era que a doutora, verificando que aquela morte era suspeita, fizesse as comunicações. Quando não faz isso, traz diversos problemas na investigação”, afirmou o delegado em entrevista coletiva.
Ainda segundo Rodrigues, Maria Cecília teria dito que o médico de plantão teria dado a ordem para seguir com o atestado de morte natural, o que foi negado por ele em depoimento.
“Para nossa surpresa, mais um capítulo dessa história. A médica responsável pela declaração de óbito consultou seu médico de plantão se era necessário ou não encaminhar ao IML e ele disse que não era. Entretanto, esta pessoa referida pela médica prestou depoimento divergente. Disse que ela não consultou. Temos aí mais um capítulo dessa trama”, disse.
Rodrigues vai oficiar o Conselho Regional de Medicina (CRM-RJ), que irá avaliar a situação e pode abrir uma ação administrativa contra a médica.
Fernanda Cabral morreu no dia 27 de março após passar 12 dias internada no Hospital Albert Schweitzer, na zona oeste do Rio. A jovem teve sintomas de intoxicação exógena depois de comer na casa da madrasta, em 15 de março.
Cíntia Mariano também é acusada pela tentativa de envenenamento de Bruno Cabral, de 16 anos, irmão de Fernanda. O crime aconteceu no dia 15 de maio.
A mulher foi indicada por homicídio qualificado por emprego de veneno e homicídio tentado. Sendo ambos crimes hediondos. A pena dela pode superar 20 anos em caso de condenação.
O Metrópoles tentou contato com a defesa de Cíntia Mariano, mas até a publicação desta reportagem, não obteve retorno. Os advogados que representam Maria Cecília não foram encontrados.
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