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Entregador chicoteado por ex-atleta ganha emprego de carteira assinada

O entregador Max Angelo foi chicoteado com uma coleira de cachorro por Sandra Mathias. Ele estava há quase dois anos no trabalho informal

atualizado

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Max Angelo, vítima de injúria racial e agressões - Metrópoles
1 de 1 Max Angelo, vítima de injúria racial e agressões - Metrópoles - Foto: Divulgação

O entregador Max Angelo dos Santos, chicoteado com uma coleira de cachorro pela ex-atleta de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá, foi contratado por uma empresa no Rio de Janeiro e começou a trabalhar com carteira assinada nesta segunda-feira (24/4).

Max deve integrar a área administrativa e operacional de uma empresa responsável por gestão de marcas e pessoas, Stage Digital. Ele vai trabalhar fazendo entregas, compras e na parte de produção.

Antes de voltar à formalidade, ele estava há um ano e meio no trabalho informal. Max atuava como entregador de aplicativo, após perder o emprego anterior de carteira assinada.

Max também tem um encontro marcado com a reitora da Universidade Candido Mendes (Ucam), Andreya Navarro. Ele deve receber uma bolsa integral no curso de direito na instituição.

Depois da agressão, algumas pessoas se mobilizaram para ajudar o rapaz a realizar o sonho da casa própria. A vaquinha on-line arrecadou mais de R$ 240 mil. Além disso, o entregador ganhou uma moto e uma bicicleta.

Caso de agressão

No início de abril, a ex-jogadora de vôlei e nutricionista Sandra Mathias agrediu e perseguiu dois entregadores negros no bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro. O incidente aconteceu no domingo (9/4).

Ela foi flagrada reclamando que os entregadores estavam andando de moto na calçada. Sandra discutiu e, por diversas vezes, ameaçou outra entregadora enquanto segurava a coleira do cachorro. “Tu não está na favela, filha da p*ta. Tu está aqui. Quem paga IPTU aqui sou eu. Espera”, ameaça.

Momentos depois, ela parte para cima de outro entregador e chega a tirar a coleira do cachorro para bater nele, dando uma espécie de chicotada.

Para as vítimas, Sandra também insinuou ter parentesco com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro. Segundo o Max, a ex-jogadora disse que por ser prima do político sairia impune dos atos. No entanto, o governo do Rio negou qualquer tipo de relação entre os dois.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, chamou a agressão de “desumanização dos corpos” provocada pelo racismo. Ela acrescentou que a pasta acompanhará o caso e ajudará as autoridades na investigação.

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