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Entrega de vacinas infantis atrasa após 12 de 26 voos serem alterados

Mudanças nas operações de companhias aéreas provocaram atraso na chegada de vacinas infantis contra a Covid-19 aos estados

atualizado

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Chega ao Brasil avião com 2 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca
1 de 1 Chega ao Brasil avião com 2 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Ridalto Lúcio Fernandes, afirmou, nesta sexta-feira (13/1), que 12 voos contratados para envio de vacinas infantis contra a Covid-19 tiveram horário alterado pela companhia aérea, entre a noite de quinta-feira e esta manhã.

As alterações motivaram o atraso da chegada de doses aos estados. De acordo com Ridalto, as mudanças ocorreram por causa de problemas no embarque das cargas nos aviões. O afastamento de tripulações devido à Covid também impactou os voos.

“Temos um problema com a malha logística. Estamos vivendo um momento em que acontecem muitas alterações. Agendamos 26 voos — exceto para o estado de São Paulo, em que a carga não vai por avião. Havia 26 voos estabelecidos na informação original que tínhamos. De ontem para hoje, os voos foram sendo alterados. Tivemos 12 voos que foram trocados, 12 voos originalmente previstos não puderam ter as cargas embarcadas ou não partiram”, explicou.

De acordo com Ridalto, 11 voos já foram remarcados. No entanto, a carga com destino ao Piauí não teve o embarque reagendado. “O voo do Piauí não foi embarcado porque a empresa não tinha tripulação para manter. Não havia voo para que pudéssemos embarcar essa carga”, pontuou Ridalto.

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty

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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos

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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco

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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil

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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações

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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos

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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina

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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória

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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar

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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável

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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina

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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave

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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças

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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros

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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos

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Atraso de cinco horas

Segundo o diretor, mesmo com as mudanças no horário de embarque dos voos, o atraso médio para a chegada das vacinas aos estados será de aproximadamente cinco horas.

“Tínhamos a previsão de que o último estado receberia as doses 36 horas depois que as doses chegassem ao Brasil. Hoje estamos trabalhando com 42 horas. Em muitos estados, temos já os voos concluídos e as vacinas entregues. A intenção é que tenhamos todas as vacinas enviadas hoje”, concluiu.

Fontes ligadas ao Ministério da Saúde informaram que diversas companhias aéreas podem ser contratadas pelo governo para enviar as vacinas. No entanto, a maior parte dos voos será realizada pela Latam, que doa o serviço.

Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Latam afirmou que o horário dos voos divulgado inicialmente era apenas uma “previsão”. “A LATAM esclarece que os voos informados anteriormente eram uma previsão. As vacinas embarcam em seus voos comerciais de forma gratuita por meio do seu programa Avião Solidário”, informou a companhia.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que o envio de doses pediátricas começou na madrugada desta sexta, e que as mudanças nas operações “não vão afetar” a vacinação.

“O Ministério da Saúde antecipou o envio das vacinas pediátricas aos estados e todas as doses serão entregues em menos de 48 horas após a chegada ao Centro de Distribuição. Normalmente esse processo leva de 5 a 9 dias. A distribuição começou na madrugada desta sexta-feira (14/1) e as vacinas estão a caminho dos estados. Mudanças pontuais na logística dos voos não vão afetar o início da vacinação pediátrica, que dependem ainda do controle de qualidade dos órgãos competentes”, informou a pasta federal.

Nas redes sociais, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também afirmou que as “mudanças pontuais nos horários dos voos em nada vão interferir no início da vacinação pediátrica”. Veja a publicação:

Chegada de doses

De acordo com o Ministério da Saúde, a expectativa é receber 30 milhões de doses pediátricas até o mês de março. 

Em janeiro, o país receberá 4,3 milhões de doses. “Além das unidades de janeiro, 7,3 milhões devem ser entregues em fevereiro e outras 8,4 milhões em março”, informou o órgão. As outras 10 milhões de vacinas ainda não têm prazo definido para chegar ao Brasil.

O primeiro lote do imunizante Pfizer para crianças de 5 a 11 anos chegou ao Brasil na madrugada de quinta-feira (13/1). O avião com 1,2 milhão de doses pousou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Depois, as vacinas foram enviadas ao Aeroporto de Guarulhos (SP), onde a equipe do Ministério da Saúde recebeu os imunizantes.

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