Entrega de 1,1 milhão de doses da Sputnik V ao Brasil é cancelada
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na semana passada que Brasil “não tinha necessidade” das vacinas da Sputnik V e da Covaxin
atualizado
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O lote de 1,1 milhão de doses da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, não chegará ao Brasil nesta quarta-feira (28/7), como previsto inicialmente. A decisão foi feita pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), órgão responsável pela negociação da venda com o Brasil.
Segundo o jornal O Globo, o RDIF cancelou a entrega após a declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de que o Brasil “não tinha necessidade” das vacinas Sputnik V e Covaxin. Na semana passada, a farmacêutica russa pediu um prazo de 48 horas para definir se enviaria ou não as doses diante da fala.
Fontes ligadas ao processo afirmam que a empresa recuou, pois o governo brasileiro ainda não anunciou se incluiria ou não o imunizante no Programa Nacional de Imunizações (PNI). Além disso, há receio de que a entrega das doses pudesse atrapalhar o processo de autorização da vacina pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), se reunirá, nesta quarta-feira, com o RDIF e com o Ministério da Saúde russo para negociar o andamento da entrega. Ao todo, seriam 10 milhões de doses anteriormente garantidas pelo Ministério da Saúde e outras 37 milhões de aplicações negociadas diretamente pelos estados do Consórcio Nordeste.
Por enquanto, a Anvisa permitiu apenas que a Sputnik V fosse usada no modelo científico, com uso controlado, público restrito e acompanhamento constante para avaliar a segurança da vacina. A autorização completa não veio por faltarem dados suficientes, segundo a agência, que garantam a segurança e eficiência do imunizante.