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Entre política e polêmicas, veja como foram os 2 meses de Janja após início do governo Lula

Fugindo dos bastidores, primeira-dama teve índice de aprovação de 41% em pesquisa divulgada em fevereiro

atualizado

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Janja Lula da Silva durante posse da ministra cultura Margareth Menezes - metrópoles
1 de 1 Janja Lula da Silva durante posse da ministra cultura Margareth Menezes - metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Com 2 milhões de seguidores no Instagram e um gabinete no Palácio do Planalto, a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, chegou ao governo prometendo que não seria coadjuvante. Desde a vitória de seu marido, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições presidenciais, a socióloga deixou claro que não gostaria de assumir um papel passivo frente às decisões e políticas públicas, mas sair dos bastidores.

A postura desengessada da socióloga ainda não é consenso, mesmo entre petistas, mas dados divulgados na última semana mostram que Janja vem conquistando seu espaço. Segundo pesquisa realizada pela Quaest, em parceria com a Genial Investimentos, divulgada em 14/2, 41%  dos entrevistados têm uma avaliação positiva da primeira-dama. Outros 22%, regular, e 19%, negativa.

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Janja junto ao mestre-sala e porta-bandeira da escola
A primeira-dama assistiu a partida entre Palmeiras e Flamengo
Janja ganha camisa do Flamengo para ir a jogo em Brasília
Lula e Janja na posse presidencial, em 1º de janeiro de 2023
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Críticas a comentário de Janja fizeram Lula desistir de taxação

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Janja junto ao mestre-sala e porta-bandeira da escola

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A primeira-dama assistiu a partida entre Palmeiras e Flamengo

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Janja ganha camisa do Flamengo para ir a jogo em Brasília

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Jake Falchi assinou a beleza de Janja para a posse

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Da campanha a fevereiro

Presença certa em quase todos os eventos da pré-campanha de Lula, Janja foi crescendo nos holofotes antes mesmo do lançamento do nome dele ao pleito. A socióloga cantava o jingle, dançava a coreografia e fazia discursos sobre a trajetória política do petista nos palcos pelo Brasil. Sua influência na campanha chegou mesmo a causar atrito com lideranças do partido, que temiam a influência da socióloga sobre cada detalhe da rotina do então candidato – do cardápio à segurança pessoal do marido.

Desde a posse de seu marido, Janja já ganhou mais de 500 mil seguidores e passou a compartilhar sua rotina nas redes. Apesar do número ser menor do que o de Michelle Bolsonaro – 5,9 milhões – sua presença nas redes já é significativa, com direito a mais coreografias ao lado do Zé Gotinha e vídeos dos cães da família.

Apenas 13 dias após da vitória de Lula nas urnas, Janja deu a primeira entrevista em televisão, e defendeu que pretendia “ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama”.

“Eu vou continuar do lado dele. Eu não vou… Pelo menos, eu acho que eu não vou ficar… ele vai sair para trabalhar e eu vou ficar em casa. Isso vai ser difícil acontecer, porque não é da minha personalidade. Então, a gente vai estar junto. Eu vou estar do lado dele, eu acho que praticamente boa parte do tempo. Contribuindo no que eu puder contribuir”, disse, na ocasião, ao Fantástico, da TV Globo.

No mesmo mês, Janja foi indicada para a coordenação do grupo que organizou a cerimônia de posse de Lula e o Festival do Futuro, festa na Esplanada dos Ministérios que reuniu artistas de diferentes estilos musicais. Além disso, Janja teria sido a responsável pelo veto à indicação do deputado Pedro Paulo (PSD) para o Ministério do Turismo, por conta de um histórico de acusação de agressões a mulher.

Primeira-dama

Na primeira semana de janeiro, Janja ganhou gabinete próprio no terceiro andar do Palácio do Planalto, mesmo piso da sala do presidente Lula. Ela despacha diariamente do edifício, com direito a duas assessoras.

A presença de primeira-dama no palácio não é inédita, no entanto. No primeiro mandato de Lula, a então esposa do petista, Marisa Letícia, também ocupava uma sala ao lado do gabinete presidencial, apesar de ter ficado longe dos holofotes políticos. O mesmo privilégio no Planalto foi dado a Marcela Temer, esposa do ex-presidente Michel Temer, e a Michelle Bolsonaro, casada com Jair Bolsonaro. Na maioria dos casos, a participação política das primeiras-damas, entretanto, se ateve mais ao social, e os espaços foram pouco utilizados.

A coidealizadora da Representativa, Noemi Araujo, aponta que é positivo ter perfis diferentes de primeiras-damas ao longo do tempo. “Cada uma com a sua personalidade somando ao mandato proporciona representatividade e identificação. No caso da Janja, um papel mais ativo, sem tantos protocolos e formalidade, desde antes da posse, até vocacionada pelo histórico de atuação e formação, proporciona humanização e aproximação, mas não menos competência. E representa a pauta progressista que o PT e a Frente Ampla defendem”, destaca.

“A comparação sempre vai existir, mas o que se deve exigir e aferir é a eficiência, transparência e responsabilidade de cada governo, como um todo, que busca por meio da inserção da mulher nos espaços de poder e decisão possibilitar uma gestão mais justa, inclusiva e representativa”, diz a especialista.

Lula no poder

O primeiro tema que permeou a atuação de Janja como primeira-dama foi o Palácio do Alvorada. Ela foi a público em uma entrevista à Globo para mostrar e denunciar os danos no prédio encontrados pela equipe do presidente depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desocupou o local.

Poucos dias depois, Janja fez a primeira viagem oficial ao lado do presidente, para visitar a cidade de Araraquara (SP), local atingido por fortes chuvas. No mesmo dia, 8 de janeiro, aconteceu a invasão das sedes do Três Poderes, em Brasília, por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e em estragos milionários ao patrimônio público.

Na ocasião, a primeira-dama se opôs à sugestão de que Lula baixasse um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para estancar os atos. “GLO não! GLO é golpe! É golpe!”, teria dito Janja ao escutar o conselho do ministro da Defesa, José Múcio. Lula acabou por assinar uma intervenção federal na segurança pública do DF.

Em frente ao público, Janja é carta conhecida nos eventos. Nas posses ministeriais e da Caixa Econômica Federal, a primeira-dama esteve ao lado do marido e, por vezes, tomou o microfone para si. Ela também esteve presente nos cafés manhã promovidos para jornalistas com o presidente e nas viagens oficiais à Argentina e aos Estados Unidos.

A primeira-dama também esteve presente em duas das agendas mais importantes dos primeiros dois meses de governo: a reunião com os 27 governadores e a primeira reunião ministerial com os 37 ministros.

Polêmicas

A primeira-dama, entretanto, não foi alvo de polêmicas somente no âmbito político. Seu nome foi um dos mais comentados após realizar um café da manhã com influenciadores e o presidente Lula para discussão sobre fake news. Diversos nomes, no entanto, se sentiram atacados por não terem sido convidados, e levantaram uma campanha de revolta nas redes.

“Acho que a nossa comunicação deve ser irrelevante nesse momento. Deve ter sido por isso que o convite não veio. A esquerda sendo esquerda”, disse uma influenciadora, Preta Ferreira. “Quando precisarem, vocês chamam”. Janja, por sua vez, respondeu que aquele seria apenas o primeiro de muitos cafés da manhã com influenciadores que serão promovidos ao longo do mandato.

Na última semana, feriado de Carnaval, a primeira-dama também ficou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. Janja esteve no Camarote Expresso 2222, em Salvador (BA), e apareceu em fotos e vídeos dançando. O timing, entretanto, desagradou bolsonaristas, que criticaram a socióloga de participar do Carnaval no dia em que o número de mortos decorrente das chuvas no litoral de São Paulo chegou a 48. Entre os críticos, estavam os deputados Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

Quando o assunto é política, Janja foi criticada pela sua participação em viagens presidenciais ao exterior. A primeira-dama apareceu na fotografia oficial entre Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, e Lula. A imagem virou meme, e internautas passaram a inserir a imagem da primeira-dama no centro de apertos de mãos históricos. Na mesa data, ela teria um encontro com a esposa de Biden, Jill Biden, que foi cancelado após a norte-americana passar mal.

Nas redes, também existem os defensores da postura mais presente da primeira-dama. As críticas, muitos apontam, são relacionadas com machismo estrutural e misoginia presentes na sociedade brasileira. Até agora, Janja demonstra que pretende, justamente, quebrar paradigmas e ter atuação destacada.

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