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Entorno: mãe é investigada por tráfico após deixar bebê morrer em casa

Depois de alegar que ficou 12 horas fora de casa para trabalhar, mulher de 28 anos teve sigilo telefônico quebrado, e polícia a desmentiu

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goias bebes encontrados com sinais de maus-tratos cidade ocidental
1 de 1 goias bebes encontrados com sinais de maus-tratos cidade ocidental - Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Goiânia – A Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva de uma mãe de 28 anos flagrada por deixar os filhos, gêmeos de 9 meses, sozinhos, e um deles ser encontrado morto, na manhã de segunda-feira (3/4), na Cidade Ocidental, Entorno do Distrito Federal (DF). Depois de ter sua versão desmentida pela Polícia Civil, ela também passou a ser investigada por suspeita de tráfico de drogas.

O juiz Gustavo Costa Borges converteu a prisão temporária em preventiva. Logo no primeiro interrogatório, a mulher, que foi presa em flagrante no mesmo dia, disse que estava no trabalho. Ela, que não teve o nome divulgado, saiu de casa por volta das 22h30 de domingo (2/5) e só retornou às 10h30 do dia seguinte, quando já encontrou um dos filhos bastante roxo e sem respirar.

“Ela afirmou que havia saído para trabalhar para fazer a divulgação de uma festa, onde iria ganhar R$ 50”, disse ao Metrópoles a delegada de Cidade Ocidental, Dilamar Castro, sobre as informações repassadas, inicialmente, pela mãe, à polícia.

No entanto, a delegada desconfiou e insistiu ainda mais na investigação. “Fizemos a representação pela quebra do sigilo telefônico dela [mãe] e, no celular, encontramos vídeos dela em uma festa na noite de domingo, visivelmente embriagada ou sob efeito de drogas, falando que a festa estava muito boa e que tinha muita bebida e pó [cocaína]”, acrescentou.

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Farra na criminalidade

De acordo com a investigação, a mãe estava em uma festa no Jardim Ingá, a região com o maior índice de violência e criminalidade de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. “Ela traficava drogas junto com os filhos dentro de casa”, afirma a delegada.

A Polícia Civil de Goiás também está buscando mais provas em conversas de aplicativo no celular da mãe. “A gente está fazendo uma análise, degravação de todas as conversas no WhatsApp”, asseverou.

Desde o início da investigação, a polícia também desconfiou da postura da mãe. “O que eu percebi é que ela estava tentando se manter equilibrada o tempo inteiro, para não cair em contradição com ela mesma”, contou delegada.

Entenda o caso

Depois de ficar 12 horas fora de casa, a mulher encontrou um dos filhos já sem respirar. “Quando ela chegou em casa e viu que o filho estava naquela situação, ela foi para a rua e pediu ajuda para uma pessoa, que foi quem chamou a Polícia Militar. Os policiais tentaram reanimar esse bebê, mas, como não conseguiram, o levaram até o hospital da cidade”, contou a delegada.

Segundo a delegada, a equipe médica constatou que a criança já estava sem vida, assim que chegou à unidade de saúde. No local, a médica responsável pelo atendimento solicitou que o corpo fosse encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), já que havia lesões aparentes, principalmente no rosto.

Conforme explicação da delegada, a conclusão da perícia, até o momento, é de que a causa da morte por ter sido um engasgamento, pois foi encontrada uma substância pastosa e escura na traqueia do bebê. Ainda de acordo com a análise do perito, as lesões no corpo da criança eram superficiais, algumas provadas antes da morte, outras próximas da morte e depois da morte também.

Histórico

A polícia conseguiu apurar que já existiam duas denúncias registradas no Conselho Tutelar de Cidade Ocidental contra a mãe dos bebês. A primeira, de outubro de 2020, por não registrar os nomes dos filhos. Já a segunda, em abril deste ano, por falta de alimentação e localidade suja na criação dos menores.

“Diante desses fatos, eu pedi que uma equipe fosse até à casa para averiguar a situação e eles também encontraram um ambiente bastante sujo, onde tinha, inclusive, maconha e cocaína. Por isso, nós também queremos saber se ela traficava droga ou era apenas usuária”, disse a delegada.

O Metrópoles não localizou contato da defesa da mulher, já que o nome dela não foi divulgado.

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