1 de 1 Mulher com óculos, face shield, máscara e roupa azul com mão em cima de testes em mesa
- Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Entidades científicas estão pressionando o Ministério da Saúde para que seja colocado em prática um plano nacional de testagem em massa para a detecção da Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp) e o Observatório Covid-19 BR enviaram nota técnica ao Ministério da Saúde à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em que frisam “extrema urgência” no aperfeiçoamento na testagem.
No documento, as organizações defendem “o acesso a testes de antígeno para diagnóstico da Covid-19 na rede pública de saúde”. Uma das reinvindicações é a regulamentação dos autotestes.
A nota indica que hoje os testes são “escassos, caros e inacessíveis para boa parte da população”, e só é possível testar-se em unidades de saúde, farmácias e laboratórios.
Além disso, “no cenário atual de baixa testagem, e diante da indisponibilidade de testes, é possível que muitos indivíduos sintomáticos já não estejam praticando o isolamento de forma adequada”. Logo, quanto mais testes, melhor. Os autotestes são mais baratos e mais práticos.
Nesta quarta-feira (12/1), a A Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), por meio de seu Comitê de Análises Clínicas, divulgou alerta para o possível desabastecimento. O Brasil pode ficar sem testes para detecção da Covid-19 por falta de insumos para a produção do exame.
Negociações
O alerta surge em meio ao debate sobre liberação de autotestes no Brasil. A Anvisa e o Ministério da Saúde negociam a criação de uma política pública para autotestagem de Covid-19. Técnicos da pasta entendem que os exames podem ser importantes para o controle da variante Ômicron.
14 imagens
1 de 14
Uma das estratégias de enfrentamento da pandemia de Covid-19 é a vigilância epidemiológica, com o registro e a observação sistemática de casos suspeitos ou confirmados da doença, a partir da realização de testes
Getty Images
2 de 14
Segundo especialistas, para se ter um controle da doença e conter a disseminação do vírus, é importante testar, cada vez mais, a população
Aline Massuca/Metrópoles
3 de 14
Secretaria de Saúde diz que não faltam testes de Covid-19 no DF
Breno Esaki/Agência Saúde-DF
4 de 14
RT PCR: considerado “padrão-ouro” pela alta sensibilidade, o teste é usado para o diagnóstico da Covid-19. Ele detecta a carga viral até o 12º dia de sintomas do paciente, quando o vírus ainda está ativo no organismo. O resultado é entregue em, aproximadamente, três dias
Vinícius Schmidt/Metrópoles
5 de 14
O teste utiliza a biologia molecular para detectar o vírus Sars-CoV-2 na secreção respiratória, por meio de uma amostra obtida por swab (cotonete)
Rafaela Felicciano/Metrópoles
6 de 14
Teste salivar por RT-PCR: utiliza a mesma metodologia do RT-PCR de swab e conta com precisão de mais de 90% para o diagnóstico da doença ativa. O procedimento deve ser feito nos sete primeiros dias da doença em pacientes com sintomas
Divulgação
7 de 14
PCR Lamp ou Teste de antígeno: comumente encontrado em farmácias, o exame avalia a presença do vírus ativo coletando a secreção do nariz por meio de swab. O resultado leva apenas 30 minutos para ficar pronto, por isso, ele é indicado para situações em que o diagnóstico precisa ser rápido
Getty Images
8 de 14
De acordo com a empresa que fornece o exame, ele possui 80% de confiança. O método empregado no teste é usado também para outras doenças infecciosas, como a H1N1
RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
9 de 14
Teste de sorologia: revela se o paciente teve contato com o coronavírus no passado. Ele detecta a presença de anticorpos IgM, IGg ou IgA separadamente, criados pelo organismo das pessoas infectadas para combater o Sars-CoV-2, a partir de um exame de coleta de sangue
Shutterstock / SoonThorn Wongsaita
10 de 14
O exame deve ser realizado a partir do 10º dia de sintomas. A precisão do resultado é menor do que nos testes do tipo RT-PCR. Além disso, falsos negativos podem aparecer com mais frequência
National Cancer Institute/Divulgação
11 de 14
Teste rápido: o método é semelhante aos testes de controle de diabetes, com um furo no dedo. A amostra de sangue é colocada em um reagente que apresenta o resultado rapidamente
Rafaela Felicciano/Metrópoles
12 de 14
O teste imunológico rápido detecta a presença de anticorpos e o resultado positivo sinaliza que o paciente já sofreu a infecção pelo novo coronavírus. A confiabilidade do resultado varia muito, já que o método apresenta alta taxa de falso negativo
Vinícius Schmidt/Metrópoles
13 de 14
Teste de anticorpos totais: detecta a produção do IgM e IgG no organismo, a partir de um único exame de coleta de sangue, e não faz a distinção dos valores presentes de cada anticorpo. A precisão do resultado chega a 95%
iStock
14 de 14
Teste de anticorpo neutralizante: o procedimento é indicado para a avaliação imunológica. O exame detecta os anticorpos e vê a proporção que bloqueia a ligação do vírus com o receptor da células
Divulgação
Nas conversas, a tendência mais forte é de que seja elaborada uma normativa temporária para o uso do exame. Um dos pontos que exigem mais atenção é o fato de a Covid-19 ser uma doença de notificação compulsória, ou seja, obrigatória.
No Brasil, o autoteste ainda não é permitido, apenas as farmácias realizam os exames, que são feitos com a coleta de material no nariz usando cotonete ou por saliva.
Na Europa, por exemplo, há seis modelos diferentes de autotestes rápidos de antígeno certificados pelo Centro Comum de Investigação da União Europeia, serviço científico da Comissão Europeia.
Os exames são vendidos livremente em farmácias, sem exigência de prescrição médica, e têm resultado detectado entre 10 e 30 minutos.
O autoteste, porém, tem sensibilidade menor do que outros exames (como o PCR) e está sujeito a erro do paciente não treinado.