Enterro do neto: Lula é autorizado a deixar carceragem da PF
Às 18h, havia helicóptero preparado para levar o ex-presidente da sede da corporação ao aeroporto de Curitiba, onde ele embarcaria para SP
atualizado
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Por volta das 18h desta sexta-feira (1º/3), um helicóptero da Polícia Civil do Paraná chegou à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba e ficou à espera do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A aeronave faria o transporte do petista ao aeroporto da cidade. De lá, o ex-presidente embarcaria no avião do governo do estado que o levaria a São Paulo. A aeronave foi liberada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), atendendo pedido da PF.
Contudo, por acordo entre os advogados de Lula, a Polícia Federal e a Justiça, não houve mais divulgação dos horários de viagem e detalhes do translado do político. Em troca de discrição, Lula obteve permissão judicial para estar com os parentes durante as despedidas ao pequeno Arthur Araújo Lula da Silva, 7 anos, o neto do ex-presidente que morreu em decorrência de meningite nesta sexta-feira.
O velório teve início às 22h, no Cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Não foi divulgado se Lula participa da cerimônia.
Veja fotos de Arthur e outros netos de Lula:
A juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, autorizou no fim da tarde a soltura do ex-presidente, após parecer favorável do Ministério Público. “Foi autorizada a participação de Lula no velório e, a fim de preservar a intimidade da família e garantir não apenas a integridade do preso, mas a segurança pública, os detalhes do deslocamento serão mantidos em sigilo”, informou a Justiça Federal do estado.
A decisão da juíza atendeu um pedido impetrado pela defesa de Lula no início da tarde, a fim de o político comparecer ao sepultamento do neto.
Negociações
O pedido para que Lula deixe a prisão foi protocolado às 14h07 pelo advogado Cristiano Zanin, defensor do ex-presidente. “O artigo 120, inciso I, da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/84) expressamente assegura o direito do cidadão em situação de encarceramento sair temporariamente do estabelecimento em que se encontra na hipótese de falecimento de descendente”, afirmou o advogado, no documento.
Para conseguir a liberação, a defesa aceitou fazer um acordo com a Justiça e não divulgar detalhes sobre a soltura do ex-presidente. “Pontue-se, ainda, que a defesa técnica do peticionário poderá acordar com a autoridade policial ou com quem este E. Juízo venha a determinar providências específicas que eventualmente sejam necessárias para assegurar sua presença no velório e funeral de seu neto. Compromete-se, desde logo, por exemplo, a não divulgar qualquer informação relativa ao trajeto que será realizado pelo peticionário”, escreveu Zanin no pedido.
Tanto que, tão logo o pedido de soltura foi protocolado na 12ª Vara, ficou sob segredo de Justiça. O processo entrou em sigilo nível 4, ou seja, só têm detalhes do caso o magistrado, o diretor de secretaria e o oficial de gabinete. Com isso, a defesa de Lula passou então a informar aos jornalistas que não poderia mais comentar o trâmite da solicitação.
Entenda
Neto de Lula, Arthur Araújo Lula da Silva morreu nesta sexta-feira (1º), vítima de meningite. Ele chegou debilitado e com febre alta ao Hospital Bartira, da rede D’Or, em Santo André, mas o quadro se agravou e ele não resistiu.
Arthur é filho de Sandro Lula da Silva, o caçula de Lula com Marisa Letícia. Foi Sandro quem obteve autorização da Polícia Federal e informou o pai sobre a morte do menino. A partir daí começou o trâmite da defesa do ex-presidente para garantir sua liberação.