Entenda por que o aumento da taxa Selic muda o rendimento da poupança
Decisão será tomada na reunião da Copom nos próximos dois dias. E a Selic pode subir ainda mais no ano que vem
atualizado
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O Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central, vai se reunir na terça (7/12) e na quarta-feira (8/12) para discutir sobre o possível aumento da taxa Selic, devido à inflação enfrentada atualmente pelo Brasil. Hoje, a taxa se encontra em 7,75%. De acordo com especialistas, ela deve subir em 1,5%. Nesse nível, a poupança passará a ter retorno fixo de 0,5% ao mês mais a taxa referencial (TR), ou 6,17% ao ano, como ocorria antes de 2012.
Mesmo com o avanço do rendimento, os investimentos continuarão perdendo para a inflação.
A partir de 2012, a poupança passou a calcular a remuneração de duas formas. Se a taxa Selic está em até 8,5% ao ano, o rendimento é limitado a 70% dos juros básicos mais a TR, que é calculada pelo Banco Central. Se a taxa fica acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês ou 6,17% ao ano.
Os depósitos feitos antes de abril de 2012 rendiam sempre de acordo com a segunda regra, independentemente da Selic em vigor. Se for confirmada a elevação da taxa para acima de 8,5% ao ano, todas as aplicações na caderneta serão calculadas com base na regra anterior a 2012.
Segundo Philipp Lisibach, líder do Global Investment Strategy do Credit Suisse, a tendência é que a Selic tenha mais aumentos para 2022.
“Esperamos que a taxa de política monetária (Selic) atinja 11,5% em 2022, ante 2% no início de 2021, um nível de juros muito restritivo, mas necessário para trazer a inflação de volta à meta. O crescimento global contribuirá positivamente com o crescimento do Brasil, mas em menor grau, já que a inflação e o aperto monetário em todo o mundo provavelmente reduzirão o crescimento nos mercados desenvolvidos e emergentes”, disse Lisibach em entrevista ao E-Investidor.
Segundo a planejadora financeira Myrian Lund, o Brasil passa por um período em que a taxa de juros vai subir bastante para poder conter a inflação. “A Selic, segundo o próprio governo vem dizendo, deve ficar 3 a 4 pontos percentuais acima da inflação no ano. Para a taxa de juros ficar abaixo da inflação, a gente precisa ter ajuste fiscal e condições mais estáveis da economia”, afirmou.